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Mensagens

A mostrar mensagens de 2012

MADALENA, A RENA PREGUIÇOSA

E ra uma tarde de muito sol, e o bom velhinho andava preocupado em selecionar as renas para o Natal. Ele precisava escolher dez entre as cinquenta que se candidataram, não era tarefa fácil. Nove seriam titulares e ajudariam a puxar o trenó, e uma seria a suplente, para o caso de acontecer alguma baixa por questões de saúde, coisa muito comum nas renas natalícias, devido à inconstância das temperaturas no planeta Terra. Afinal, não é nada engraçado viajar por todo o globo terrestre numa só noite, enfrentando o verão em alguns lugares e o inverno noutros. Uma chatice. Porém… …Depois de quase dois dias de avaliações, a escolha recaiu sobre: a Corredora , a Dançarina , a Empinadora , a Raposa , o Cometa , o Cupido , o Trovão , o Relâmpag o, o Rodolfo e a Madalena . E lá foram as dez renas para os treinos. A Corredora era a mais veloz de todas, a Dançarina parecia ter nascido com todo o conhecimento que existe sobre a música do mundo, pois dançava todos os estilos com classe

REFLEXÃO POLÍTICA

A Direita nunca se conformou com a uniformização da Sociedade! É necessário diminuir a distância entre as classes sociais. O "Ser Igual" incomoda à Direita bacoca, por que esta precisa de criados, de vassalos que lhes limpem as botas. "Ser Igual" é ter uma Sociedade de Direitos Iguais! É existir Respeito! É cumprir Deveres! O ser humano não se pode resignar, nem abaixar a cabeça às falinhas mansas  dos que elevam a voz nos discursos ocos no Parlamento. Portugal está a ser dominado por uma "Direita Rural", tosca e mal-formada, que não respeita a Bandeira, o Hino, e não tem orgulho de ser português. Portugal está falido. E não é de hoje! Não precisamos, sem dúvida, de cenas tristes como as de ontem, mas, por favor, NÃO CULPEM O POVO, CULPEM A CLASSE POLÍTICA. É ELA QUE VEM DESTRUINDO A NAÇÃO!

WALTER WAENY (1)

Em Portugal já se anunciava a manhã. O telefone toca. Atendo com toda a naturalidade e ouço uma voz conhecida, que entre lágrimas e soluços, diz-me que está a cumprir uma obrigação, a pedido de seu pai: eu deveria ser o primeiro a receber a informação. Ouço, incrédulo. A voz custa-me a sair. Os olhos marejam. E, mais do que nunca, desejo que exista vida após a vida.  Despedimos- nos. Pouso o aparelho. Fico a olhar para um Nada que teima em não sair da minha cabeça. Prevejo um dia longo, triste, solitário. Lembro-me de um verso, de outro, de muitos… a melhor homenagem, a única possível, é a que pode elevar-nos a alma, então, leio os seus poemas, em voz alta, como se estivesse a dizer-lhe que são magníficos. A saudade que sentirei do amigo será infinita. Lembro-me de outra homenagem possível: um soneto! E escrevo. Para meu espanto ele vai surgindo veloz, sem receios, avançando por entre espaços. E, num ápice, anuncio aos Céus que o Amazonas do Brasil é uma nova estrela que amanhece.

CONVITE

UM PINTOR COM ALMA: CARLOS ALEXANDRE

Esta tarde detive o olhar, durante vários minutos, sobre uma das telas mais fortes e expressivas que surgiram diante dos meus olhos nos últimos anos. É a representação viva da mais nobre arte de combinar tintas e ideias. É uma das mais subtis imagens de um génio das artes plásticas de Portugal. A plasticidade que nos envolve e nos domina a alma, quando conhecemos esse trabalho, espelha bem a emoção do artista quando o concebeu. Naturalmente, ao final daquele parto supremo, não houve derramamento de sangue, nem sombras liquefeitas de uma qualquer dor, existiu sim, pela força de uma natureza organicamente arrebatadora, o derramar de cores voluptuosas e luzes fulgentes, que resultaram num filho vigoroso, cheio de saúde. Carlos Alexandre conseguiu, depois de trinta anos de trabalho rigoroso em seu atelier, bem como em exposições em vários países, deixar uma marca intensa e perpétua em seu traço. Um daqueles registos que será possível distinguir em distância de gerações. Pincelada

Manoel Rodrigues Ferreira - O meu amigo Manoel

A Mécia Rodrigues Ferreira Pela nossa amizade eterna. Perpetuada em tantas páginas, Tantos sorrisos e tantos abraços. Corria o ano de 1990 quando Roberto Fontes Gomes e Juvenal Fernandes apresentaram-me o historiador Manoel Rodrigues Ferreira , de quem já muito ouvira falar e era admirador confesso. Era uma sexta-feira, dia de almoço entre o Roberto, o Juvenal, eu e o professor Sólon Borges dos Reis , num costumeiro restaurante da cidade de São Paulo. Era dia de trocarmos confidências literárias, de discutirmos este ou aquele tema, de colocarmos a limpo as reuniões em que participamos, dias antes, no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e na Academia Paulista de Letras . Locais que comecei a frequentar, também, a convite daqueles meus dois saudosos amigos. A minha admiração por Manoel Rodrigues Ferreira surgiu quando li três dos seus vinte e três livros publicados: A Ferrovia do Diabo , O Mistério do ouro dos Martírios e Nas selvas amazónicas , porém,

Ao lado do Povo

Amigos, infelizmente não tenho fotos da nossa luta de ontem em Lisboa. Não tenho por que não fui com vontade nenhuma de ser jornalista de mim próprio. Fui com o coração aberto e uma tremenda vontade em gritar. Voltei para casa esperançoso, completamente encharcado em suor e... afónico.   Senti-me vivo novamente, pois, lembrei-me, e não contive as lágrimas devido às lembranças, de um momento forte  de minha vida, quando participei em São Paulo, no dia 25 de janeiro de 1984 do Movimento das Diretas Já. Éramos muitos, mais de um milhão e meio de pessoas. Em Lisboa, ontem, a multidão não era no mesmo número, porém, o que se ouviu possuía a mesma força. Senti falta, apenas, de uma coisa: se a polícia tirasse os capacetes e se o exército viesse ao nosso encontro e todos, JUNTOS, subíssemos a escadaria da Assembleia da República e tomássemos pacificamente aquela Casa, com toda a certeza, o fantoche que está na presidência da República seria obrigado a destituir o (des)governo

LUTO CULTURAL

Foi com profunda tristeza que ontem, ao final da tarde, fui informado pelo Senhor Rui Nascimento através de rápida troca de mensagens, que, este, seria obrigado, devido à crise nefasta que assola Portugal, a encerrar as suas atividades de livreiro alfarrabista. Confesso que não me espanta ver mais um amante de livros e autores a cair por terra devido à má gestão do governo, que teima em acabar com o comércio (e a indústria) através dos pesados encargos que são, qual máquina mortífera, uma perigosa arma na mão de incautos e imaturos políticos (desde o 25 de abril de 1974 que essa classe vem minando o país de maneira vil e traiçoeira).  Ver "A Barateira" a fechar portas entristece-me profundamente, não poder mais dedicar algumas horas quinzenais a uma conversa franca e salutar com uma das maiores inteligências portuguesas deixa-me de luto, saber que tudo vem acontecendo de modo violento contra a população e essa mesma população a tudo assiste, confortavelmente sentada na sal

MARTINS FONTES - O POETA DA LUSOFONIA (1)

José Martins Fontes (o Terceiro do nome) nasceu na casa de número 4 da praça José Bonifácio, em Santos, cidade litorânea do Estado de São Paulo, Brasil, a 23 de junho de 1884. Filho legítimo do médico Silvério Martins Fontes e da Sra. D. Isabel Martins Fontes. Teve uma infância caracterizada pelos estudos caseiros, orientados por seu pai, e tendo nos avós maternos, Francisco Martins dos Santos (o Primeiro do nome) e Josephina Olympia da Costa Aguiar de Andrada, dois grandes mestres e impulsionadores literários, orientando o menino à leitura dos clássicos de língua portuguesa, e outras. O jovem Martins Fontes estudou no ensino primário em sua terra natal, passando depois para o Colégio Nogueira da Gama, em Jacareí, e para o Colégio Alfredo Gomes no Rio de Janeiro. Ainda na infância, aos oito anos de idade, criou o periódico “A Metralha”, todo produzido à mão, trabalhado a quatro cores, e onde publicou as suas primeiras produções poéticas. No dia 1 de Maio de 1892 estreia em público