Meus caros amigos,
Depois de grande ausência, eis que consigo retornar a este veículo de comunicação.
A paragem foi, apenas e só, devido à pesquisa necessária para o meu próximo romance, e mais não digo.
Nós, os operários das letras, que vivemos sem apoios e não somos amigos da República (ou de quem a explora) temos que trabalhar, quais formigas, para alcançar os nossos objetivos.
E o trabalho, realmente, engrandece, pois, o resultado do nosso esforço, na maioria das vezes, é emocionalmente compensador. Se há dinheiro... isso é outra história.
Depois de um ano de investigação e pastas repletas de informações, eis que chega o momento de organizar tudo e começar a elaborar as cenas que irão compor o Sonho.
As jornas serão sucessivas, bem como a vontade de ver em todos os escaparates o resultado do meu esforço. Vamos ver o que nos reserva a imaginação, para contrabalançar com a realidade.
Bem hajam, leitores amigos.
Revolucionária e doce. O que mais posso dizer de ti, minha querida Carolina? Creio que poucos extravasaram tão bem, tão literariamente, tão poeticamente, as suas apoquentações políticas. Vivias num estado febricitante de transbordamento emocional, que o digam os teus textos – aflitos – sobre as questões sociais ou, no mais puro dos devaneios sentimentais, as tuas observações sobre a música que te apaixonava. O teu perene estado de busca pelo – quase – inalcançável, fazia-nos compreender como pode ser importante a fortaleza de uma alma que não se verga a modismos ou a chamamentos fúteis vindos de seres pequenos. E por falar em alma, a tua era maior do que o teu corpo, por isso vivias a plenitude da insatisfação contínua. Esse espírito, um bom daemon , um excelente génio, que para os antigos gregos nada mais era do que a Eudaimonia , que tanto os carregava de felicidade, permitindo-lhes viver em harmonia com a natureza. Lembro-me de uma conversa ligeira, onde alinhava
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