O meu pai - e quem o conheceu pode comprovar o que aqui escrevo - possuiu uma superioridade absoluta na compreensão da essência humana - a natureza íntima de Deus - pois exprimia-se, no dia-a-dia, pelo coração. Não divisei mais nenhum outro homem que exala-se tanta bondade, tanta afabilidade, tanto carinho pela espécie humana. Toda a sua vida foi um puro ato de amor, pois, foi soberanamente justo e bom. Quem com ele privou percebeu a sua sabedoria, expressa nos atos e nos gestos contínuos de amor ao próximo. Uma sapiência que nos permite conhecer, sem jamais duvidar, o que é a justiça e a benevolência de Deus. O meu pai não morreu, pois os seres humanos bons nunca desaparecem. Os seus espíritos permanecem como sustentáculos da Terra. Enquanto homem era um puro, vindo a este planeta para insuflar de bem-querer os corações que dele se acercaram. Um ser que não possuía nenhuma influência da matéria, sendo, somente, amor filial. Possuidor de uma superioridade moral absoluta...
Ator, encenador, professor de Arte Dramática, escritor e jornalista.