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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2020

A Cidade Romana de Eburobrittium

Em uma de minhas incursões pelo concelho de Óbidos detive-me largo tempo naquele que poderia ser o seu mais importante rosto turístico: A Cidade Romana de Eburobrittium. Infelizmente, em “avançado estado de decomposição”. Aquele cadáver, exposto a céu aberto, reflete o pouco caso da Câmara Municipal local pelo seu património cultural. Apesar da própria investir largamente numa lengalenga poeirenta e bafiosa, que enxameia a imprensa escrita e falada, com informações que dão a entender que é um reduto de cultura arrimado por “mentes superiores”, quando o que se vê realmente é exatamente o contrário. Se retirarmos o marketing festivaleiro nada se aproveita na cultura obidense. O povo acredita que entretenimento é cultura, e os políticos de plantão aproveitam-se dessa estreiteza de conhecimento para oferecerem a degustação de nada, acompanhado de pão cediço e vinho a martelo. Óbidos é uma Vila marcada pela sua Muralha, um símbolo belíssimo de Portugal, e poderia ser uma região rev

Da varanda da minha casa

Daqui, desta varanda onde pouso os pés, vejo, alta e prateada, uma soberba lua. A noite está silenciosa. Ajeito a cadeira, e refastelo-me com sobriedade e bom humor. Quase não passa viv’alma. A madrugada vai alta. A rua, que de dia é febricitante, devido ao movimento humano e ao facto de ser amplamente pedonal, a esta hora esbanja um romanesco e agradabilíssimo silêncio. Quem diria que, bem no coração da cidade, encontraria tanta paz e tranquilidade… Vital para que o coração da literatura continue o seu intenso trabalho. Da varanda da minha casa vejo intensas cores, nas frontarias dos edifícios que me são vizinhos, embebidas num tom amarelo, atirado em romança por candeeiros diversos, de distintas épocas. Extáticos e sérios, desperdiçando a gravidade de um olhar, estão os manequins das lojas de roupa que jazem a poucos metros. Vigilantes atentos, porém, impedidos de ventilar informações, por uma questão puramente frugal… …Tão diferentes de alguns pseudopolít

O carneiro na política

Eis um ser curioso: O velígero político! Um indivíduo que não tem por hábito pensar ou refletir acerca de assuntos importantes, porque não consegue chegar a nenhuma conclusão ou porque acredita piamente no seu líder (este é, geralmente, um indivíduo sem escrúpulos, ganancioso e corrupto, que sabe muito bem o que deseja: Poder e dinheiro). O Ovis Aries é obediente ao extremo, sendo, portanto, de desmedida relevância económica para “o seu dono”. Vulgarmente não dá muita despesa, pois alimenta-se de sobras, embora acredite que o que recebe no repasto é caviar, quando, efetivamente é apenas palha. Criado em cativeiro (dentro da sede do partido) dá menos trabalho ainda. Sem notar, devido ao alto volume de ar entre as orelhas, acaba por não compreender o que significa ter uma ideologia política, o que dá imenso jeito ao tal “líder”. Quando se aproxima a época de eleições internas (no seu partido) é natural, para o carneiro, ter a atenção voltada para as palavras que saem

Carta para o Céu

Minha querida Mãe, Venho, através desta, dar-te os parabéns pelos 90 anos de idade, que agora completas. Sem dúvida, uma valiosa terrenal idade, apoiada em toda a experiência acumulada na Terra e no Céu. O 7 de julho, dia dos teus anos, nunca mais foi o mesmo depois de 2001, mas, acredita, venho fazendo o possível para navegar calmamente nas águas que me foram destinadas. Por aí, nesse recanto ensolarado, de almas sãs, deves estar a rever os amigos, pois, de Santos, de São Paulo, de Lisboa e das Caldas da Rainha, tantos foram ao teu encontro nestes recentes anos. E os parentes? Sim, muitos também. Mas, a morte é a nova vida da alma, um retorno àquilo que fomos, e seremos pelo infinito que nos aguarda. Não há que ter medo. Basta-nos ter respeito. Poderia, aqui, falar-te acerca de alguns dos filósofos que explanaram sobre a morte: Platão (428-347 a-C.). Epicuro de Samos (341 a. C.-271 ou 270 a. C.), Arthur Schopenhauer (1788-1860), Friedrich Nietzsche (1844-1900),

Limpeza Urbana

Se os órgãos competentes não possuem verbas suficientes para que os concelhos portugueses respondam com qualidade às questões de higiene urbana, algo vai mal. Mas, não devemos olvidar que a falta de civismo da população torna mais grave a situação. Lisboa está caótica nesse tema. Por mais que as Juntas de Freguesia se esforcem para resolver o problema, as pessoas mantém o descuido, tornando a Capital num lixão a céu aberto. Nas Caldas da Rainha noto, em muitos pontos, a demora na recolha de resíduos, mas, vejo muito bem, e com gravidade, no centro da cidade, o descuido dos transeuntes, que teimam em não respeitar o outro, atirando toda a espécie de detrito (principalmente máscaras, luvas, embalagens de tabaco, restos de comida, garrafas vazias, etc.) para o chão, mesmo tendo nas proximidades algum recipiente para o receber. É notória a falta de varredura e lavagem de ruas, resultado de um reduzido número de trabalhadores nessa área, porém, não podemos esquecer q