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Mensagens

A mostrar mensagens de 2014

Desconstruindo um País

O ser humano atualmente não consegue perceber o mundo que o rodeia. O seu pensamento foge sempre para lugares comuns, incentivado por políticas de esquecimento. Quanto mais estupidez – fornecida por meio de comunicação e Governo - a envolver o dia-a-dia de cada um, melhor, pois, assim, o pensamento deixa de ser importante, caindo em desuso. Como resultado temos uma quantidade enorme de pessoas que caminham sob pernas que não são as suas e utilizam raciocínios que não são os seus. Como prova disto temos a classe política dominante, um manancial de Nada, eleito por pressão psicológica, carneirismo barato e estupidez generalizada. Uma parcela, mínima de facto, consegue perceber as teias que emaranham a vida e, com frustradas tentativas, repetem gestos de rompimento com a feudalidade atual, porém, como não fazem parte de sistemas corrompidos e corroídos, naturalmente, ficam pelo caminho. Este ser humano sem eira nem beira, que vota, e que discute por vazios, é perfeitamente

O Museu José Malhôa

O Museu José Malhôa , nas Caldas da Rainha, está a iniciar uma nova fase. Um momento de ressurgimento, de metamorfose, tão ansiado por inúmeros admiradores do imenso pintor. Aquela Casa vive agora os primórdios de um novo esplendor, com um dinamismo - até então inexistente - alicerçado na força intelectual daquelas abelhas operosas que vivem o seu dia-a-dia. E são muitas, e muito bem conduzidas. Logo ao entrar vislumbramos a imagem do claustro e, nele, a herma solene e austera do melhor pintor de Portugal. Percebemos, então, o que nos aguarda, a sobriedade inaudita que repousa em suas paredes e em seus corredores, elevados nomes, da pintura e da escultura, consagrados em suas épocas e respeitados, perpetuamente, por seu talento. A par disso, encontramos inúmeras obras do Patrono do Museu: óleos sobre tela, desenhos a carvão e desenhos a pastel. Que honra para a cidade das Caldas da Rainha, em possuir tão elevada instituição de cultura. O Museu José Malhôa nasceu com dimensã

Mécia Rodrigues

Hoje, faz exatamente dois meses que a cronista e contista Mécia Rodrigues morreu. Como seria do seu agrado, abri um bom vinho tinto e brindei à nossa velha amizade, iniciada no já distante ano de 1983.   Tantas semanas passadas e deixei de ouvir o eco das notícias a seu respeito. Ninguém, de tantos que com ela confraternizaram, teceu mais um comentário, ou escreveu uma linha a seu respeito. Nem os seus amigos, nem os seus advogados, nem sequer os curiosos que, através de uma rede social, foram pintalgando frases feitas a respeito da artista, no dia em que esta se foi. As suas cinzas, o seu acervo literário, o de seu pai, os seus originais, as suas publicações, o seu arquivo, enfim: a sua vida foi deixada de lado. Mécia Rodrigues não deixou herdeiros que façam cumprir as suas vontades.   De minha parte, venho, calma e cuidadosamente, a escrever os prefácios e a preparar os volumes que deixou sob minha guarda, para, num dia de felicidade, os publicar, e dar a conhecer a m

A recuperação do Acervo roubado

É de louvar a atuação das autoridades brasileiras, especialmente as da cidade de Santos que, agindo prontamente, conseguiram recuperar todo o Acervo roubado da Casa Edith Pires Gonçalves Dias/Museu Martins Fontes . O que, mesmo assim, não me faz mudar de ideias, em relação à doação de todo o meu Acervo, referente ao Poeta-Maior, para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, pois, a falha técnica que a Casa Edith Pires Gonçalves Dias/Museu Martins Fontes mostrou é muito grave e não pode ser reparada apenas com a boa vontade da Prefeitura Municipal de Santos, que “pretende tomar as rédeas daquela Casa-Museu, fazendo dali um organismo público”.  A Cultura deve ser levada mais a sério. E, todo o património cultural deve ser avaliado e protegido, para bem das gerações futuras. Um bem-haja a todos que estiveram envolvidos na recuperação daquele património cultural!

Martins Fontes: O Poeta chora

Deste meu exílio voluntário, onde me encontro desde 2001, sou obrigado a manifestar o meu descontentamento pela perda recente, e irreparável para a cultura brasileira, do acervo de Martins Fontes , que estava sob responsabilidade da Casa Edith Pires Gonçalves Dias/Museu Martins Fontes , em minha Santos. Esse acervo pertenceu ao escritor Roberto Fontes Gomes e este, meses antes de falecer, por telefone, perguntou-se se eu concordava com a doação que queria fazer para aquela Casa, naturalmente concordei, disse-lhe, inclusive, que todo o meu acervo ligado a Martins Fontes , incomparavelmente maior do que esse que foi agora destruído, poderá um dia, se eu sentir que estará completamente seguro, também fazer parte dessa Casa. Estou agora com grandes dúvidas quanto a isso. E, a pensar em, daqui a muitos anos, enviá-lo para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro , ou outra instituição mais protegida. A Prefeitura Municipal de Santos , bem como inúmeros organismos a ela ligados, com