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A mostrar mensagens de dezembro, 2019

Nicolas de Chantereine: Escultor do Renascimento

Este artista, nascido em França no ano de 1470, é o estatuário das figuras do Rei D. Manuel I, o Venturoso (1469-1521) e de D. Maria de Aragão e Castela (1482-1517), bem como dos episódios alusivos à Virgem (Anunciação, Natividade e Epifania), da porta fronteira ao altar-mor do Mosteiro de Santa Maria de Belém, da Ordem de São Jerónimo, em Lisboa, seguindo o projeto original de Diogo de Boitaca (1460-1527). Como discípulo do Renascimento, Chantereine, foi um tecnicista, utilizando a arte do talhado com alguma mestria. Empregando instrumentos como a broca manual, que permitia suprimir a pedra até uma indubitável profundidade, ou, porém com menos frequência, utilizando o modelo de gesso e, até, o processo grego de lavrar o bloco em boleado. Teve ofício distinto em Portugal, onde executou inúmeros labores por, aproximadamente, 34 anos. É considerado um dos precursores do Renascimento português. Além de Lisboa, deixou obra no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra; No Moste

Ouvindo Beethoven

Ouço o aroma do teu espírito. Porém, a primeira vez que te divisei, meu Deus, foi em 1973, quando o meu avô Manuel me levou a casa de um amigo, em Santos. Recordo-me desse momento como se fosse exatamente agora, passo a passo, palavra a palavra. Cerro os olhos, por instantes, e consigo ver a capa daquele vinil. A Quinta! Quando os acordes invadiram os silenciosos minutos que nos indicavam surpresas, juro, arrebentou-se-me a Razão, estilhaçada, em migalhas. Nunca, até ali, naqueles meus oito anos de vida, tivera certezas do porquê existir. Tantas foram as águas que passaram por entre as pedras do meu rio, uma infinitude excelsa de emoções auditivas, porém, nada se compara àquele momento, secundado por um coro de anjos, amparado por um deslumbrante sol que se apresentava por entre batentes. O eco da voz do meu bem-aventurado predecessor dizia-me, melodiosamente, de que fibra eras feito, de que útero provinhas, que Sol te beijava as mãos. Os metais, ah… Os metais. Os s

Igreja de São Pedro

Óbidos é uma das mais belas vilas da Europa. Um local repleto de imaginação e ternuras. Quem conhece, ama. Quem ali nasce, respeita. Caminhar por Óbidos, dentro ou fora das muralhas, permite-nos encontrar motivos para encantamento. Um dos meus deslumbramentos é referente aos monumentos seculares, carregados de uma história viva, ofuscados por mitos, e enraizados na mais sublime memória humana. Uma das edificações importantes que nos encandeiam o olhar, e a alma, é a Igreja de São Pedro. Alçada entre os séculos XIII e XIV, tendo sido um templo gótico de três naves, com alpendre e escadaria no pórtico, este, portador de uma pedra com alto-relevo ostentando um signo-saimão. Um vórtice, ocorrido a 19 de novembro de 1724, muito a castigou, porém, foi o terremoto de 1755, que deixou as suas fragilidades à mostra, pois, veio ao chão quase na totalidade, salvando-se apenas o altar-mor, em talha dourada com trono, construído entre os anos de 1690 e 1705, e a torre sinei