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A mostrar mensagens de junho, 2020

Feiras no Parque D. Carlos I

A pandemia que vem assolando o nosso belo planeta trouxe alegria ao Parque D. Carlos I. Que ironia, não é verdade? Foi graças à calamidade, que a natureza conseguiu robustecer-se, revigorar-se, permitindo a renovação da sua vida biológica. O que nos leva a chegar a uma conclusão: As Feiras (Cavalo e Frutos) não devem ocorrer ali. Esses dois certames são muito prejudiciais à fauna e à flora do nosso Parque. Devemos aproximá-lo, sim, de um Jardim Botânico, e não transformá-lo num recinto de “chavascadas”, onde existe um profundo desrespeito pela natureza e, por conseguinte, pela própria saúde da população caldense, especialmente a saúde mental, pois, aquele local é uma espécie de santuário, onde vamos mitigar as tensões do nosso dia-a-dia. Caldas da Rainha tem capacidade financeira para construir um recinto apropriado para abrigar aquelas Feiras. E se, por mero acaso, alguém disser que não, irei mais longe, anunciando que existem programas específicos na União Europe

Rotundas Malhôa

Como é do conhecimento público, José Vital Branco Malhôa nasceu nas Caldas da Rainha, no dia 28 de abril de 1855, e morreu em Figueiró dos Vinhos, a 26 de outubro de 1933. É estudado como sendo o precursor do Naturalismo em Portugal, sendo, também, apontado como o pintor português que mais perto chegou da corrente Impressionista. Tecnicamente não deixa dúvidas: É do mesmo porte de um Claude Monet (1840-1926), Edgar Degas (1834-1917), Edouard Manet (1832-1883), Camille Pissarro (1830-1903), Paul Cézanne (1839-1906), e Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Malhôa, em toda a sua sobriedade e bom senso artístico, foi o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes, fundada em 1901, que tem como fundamental propósito “promover e auxiliar o progresso da arte em todas as suas manifestações…”. O Pintor de Portugal é, também, Grande-Oficial da “Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico”, a mais imp

O meu bisavô, a harmónica e o Grilo

Bem no início do Século XX, Francisco Calisto, meu bisavô paterno, comprou uma harmónica. Não possuía nenhuma intimidade com ela, porém, após um dos seus grandes amigos, o Grilo, mostrar-lhe o instrumento, apaixonou-se, por completo, pela sua sonoridade. Ambos, todos os dias, por volta das 9 horas, na primeira pausa da manhã, na lide agrícola, dividiam a degustação do farnel com o entretenimento que aquele objeto lhes proporcionava. Contou-me o seu filho Manuel (meu avô) que bastaram poucas semanas para o pai tocar melodias muito bem alcançadas, todas de própria inspiração. Aquela harmónica - baseada no Sheng chinês, funcionando pelo princípio de palhetas livres (duas placas), retangulares, de metal, assentadas sobre uma encorpadura em forma de trempe de madeira, com uma versátil, e singular, riqueza sonora - tornou-se uma companhia diária para Francisco. O seu grande amigo Grilo (já desenvolvi diversas incursões pela terra obidense, para tentar chegar aos desce

Os picnics na margem do rio Arnoia

As manhãs de folgança, nos domingos de primavera, eram aproveitadas de diversos modos, por exemplo, com a organização de tonificantes picnics , numa patusca sombra, próximo às águas do Arnoia. Francisco Calisto era um homem feliz. Segundo relatos familiares, ele sabia que aquelas águas nasciam na serra de Todo o Mundo, a 250 metros de altura sob o nível do mar - esta serrania localiza-se na convergência dos Casais da Serra, na freguesia do Landal, nas Caldas da Rainha e das freguesias de Alguber, Figueiros e Painho, já no concelho do Cadaval. O local escolhido para estender a toalha, e amatilhar os alimentos, era próximo da confluência com as águas que vêm do rio Real - nascido no alto da serra do Montejunto, a uma elevação de 600 metros, exatamente no zóster do Moinho do Céu, situado na freguesia do Vilar, concelho do Cadaval. Apesar de parecer um local de convulsão, devido ao encontro de águas, não o era, pois - como se domado fora pelas mãos magnânimas do Alto –