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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2019

Um caso de Saúde Pública nas Caldas da Rainha

Por diversas vezes comuniquei, a quem de direito, que o Parque D. Carlos I e a Mata Rainha D. Leonor estavam infestados de ratazanas. Não fui ouvido em nenhum momento. Se os senhores deputados, vereadores etc. (de todos os partidos políticos) tirassem os olhos do céu (e das festarolas) e olhassem mais diretamente para os problemas do nosso concelho, com certeza conseguiriam ver a calamidade instalada naqueles dois recintos. O meu grito de alerta chega à praça pública, neste momento, através deste “Escaparate” porque, exatamente como previ, algumas daquelas criaturas decidiram explorar outras áreas da cidade. As ruas Dr. Leão Azedo, Alexandre Herculano e Dr. Júlio Lopes (em N. S. do Pópulo) e as ruas Jacinto Ribeiro, Manuel Mafra e o Largo Colégio Militar (em Santo Onofre), segundo a minha verificação e os depoimentos de diversos moradores, estão a ser vítimas da “visitação de roedores”. Uma calamidade! Com certeza, mostramo-nos encantados quando encontramos um pav

Quando estou em São Paulo

Sinto o coração aos solavancos, como se fosse abater-se sobre mim um colapso fulminante. Deve ser do passo apressado do paulista, que faz estremecer o chão que piso, trazendo-me à memória as façanhas dos grandes desbravadores bandeirantes, ou da saudosa lembrança dos amigos queridos que por aqui deixei em anos remotos, os mesmos seres que, na sua maioria, hoje, iluminam âmbitos espirituais. A alma teima em perceber-se em solos íntimos de harmonia e claridade, logo, faz-me pervagar os recantos mais suaves da minha existência. São Paulo é um desses recessos. Se uma lágrima furtiva cai, noto que é por melancólica e extenuante saudade, e não por dor ou tristeza. Creio que piso esta terra há mais, muito mais, de seiscentos anos, e dela tenho vivências só possíveis por estarem fincadas desde antes do Achamento que assassinou milhões de seres humanos. Penso naquelas almas. De vida sã e luminosa, de morte fria e cruel. Barbaridades, cometidas por ganâncias e polvilhos de ig

A Política nas Redes Sociais

De vez em quando surge uma nova página numa rede social, cujo intuito é o de alertar a população para os erros (e descaso) da autarquia em relação às freguesias caldenses. Há algumas semanas, apareceu mais uma com esse propósito. E já são muitos os arreliados manifestantes, que escrevem uma série de reclamações contra a atuação das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, nos mais diversos setores. Não deixa de ser curiosa a leitura dos comentários e das amofinações, porém, infelizmente, não passam de resmungos de Internet, do tipo “vozes que não chegam ao céu”. Existe apenas um momento em que esses queixosos poderiam, realmente, mudar toda a história do nosso concelho, mas, nesse instante importante, o que acabam por fazer é o mais covarde dos atos: Ficam em casa no dia da eleição, aumentando, o já enorme, número da abstenção, ou… vão às urnas, mas, oferecem o seu voto ao partido que está na Câmara, o que prova, afinal, que a atuação desse pa

Joaquim Simões da Hora e o Órgão de Santa Maria de Óbidos

Nos dias 7 e 8 de março de 1979, Joaquim Simões da Hora (1941-1996) - o melhor organista português do século XX – realizou um memorável concerto na Igreja de Santa Maria de Óbidos. O pequeno órgão, localizado no Coro Alto, do lado do Evangelho, construído no ano de 1710 por Joaquim António Peres Fontanes (1750-1818), “com a clássica maneira da colocação do instrumento, da sua concepção técnica (divisão de registos, registo auxiliar, fole colocado por baixo do teclado) e da sua disposição (18 meios registos, corneta e clarim nos agudos, trombeta vertical nos graves, ausência de uma pedaleira), |…| representa o típico instrumento da organaria portuguesa da primeira metade do século XVIII, tal como se pode encontrar, hoje em dia, em inúmeras igrejas paroquiais e igrejas de antigos conventos pequenos. Foi a Oficina Sampaio, de Lisboa, que, em 1949, restaurou o órgão de Santa Maria de Óbidos. Assim, retirou-se, p.e., a original “oitava curta”, substituíram-se as camadas das tecl

As ridências das tintas de Malhôa

Em dia de sol e bom humor, vi-me diante de uma das telas pouco conhecidas de Mestre Malhôa. Essa, como outras que produziu, mostra-me que o seu autor é, sem dúvida, um dos grandes génios de uma arte admirável. A pintura em questão (não a posso identificar, nem ao colecionador, por pedido expresso do próprio) mostra-nos a alegria de um duelo de cores, tipicamente saídas daquela paleta notável, portanto, facilmente reconhecível como sendo um Malhôa. O trabalho deste pintor deve ser contemplado como algo que sobreviveu ao tempo que passa, bem como a modismos de qualquer espécie. É vigoroso, contemplativo e carismático. O facto de não lhe ter sido atribuída nenhuma bolsa de estudos para aprimorar-se na França ou em Itália (uma imensa injustiça na época, pois era aluno de primeiros lugares, facilmente medalhado a ouro. A inveja alheia, tão prejudicial à arte, é tramada) só o engrandeceu, pois fê-lo dedicar-se com afinco aos desígnios do coração e da perspicaz visão pictórica de que era