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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2021

Um ciclone nas Caldas da Rainha

  O 26 de setembro de 2021 ficará nos anais da história caldense como o dia do grande ciclone. Como foi noticiado em todos os quadrantes: Um furacão de grandes proporções passou pelo território, modificando o mapa político do concelho. O Movimento Vamos Mudar, ao vencer as eleições autárquicas locais terá pela frente um trabalho árduo, principalmente nas duas maiores freguesias, pois os candidatos vitoriosos não possuem nenhuma experiência política. É necessário, portanto, um tempo de adaptação, para conhecerem os assuntos que dominam o dia-a-dia daqueles órgãos e, principalmente, de tranquilidade e sagacidade para perceberem as necessidades dos seus fregueses. Neste momento, é urgente diminuir os conflitos políticos na região. É imprescindível que exista união de partes para que a qualidade de vida de cada cidadão melhore. Preocupa-me por isso, e grandemente, quem ficará com as pastas da Cultura e da Ação Social. A apreensão, no que trata à Cultura, é grande pois existem pesso

Fim de Mandato

No dia 13 de setembro de 2021 ocorreu a última reunião da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Caldas da Rainha – N. S. do Pópulo, Coto e S. Gregório . Foram quatro anos de gratificante trabalho. Em junho de 2020 em assembleia do Partido Socialista das Caldas da Rainha deixei bem claro que não me recandidataria a essa União de Freguesias, e que também não estaria disponível para fazer parte de uma Lista a outro organismo autárquico. A Comissão Política (e o Secretariado) do Partido Socialista caldense, durante os meus quatro anos de mandato, não mostrou nenhum interesse por trabalhar em conjunto (a minha intenção era a de efetuar reuniões mensais com os meus camaradas, vereadores, deputados municipais e deputados de Assembleias de Freguesia, para realizar um trabalho concertado entre todas as partes, visando o aprimoramento de cada mandato, bem como, fornecendo ao próprio Partido diversos subsídios (informações) que pudessem ser uma mais-valia para a construção de um

A senhora sem nome

  Todos os dias, à mesma hora, ouço passos firmes sobre as pedras polidas da área pedonal defronte da minha casa. Como é habitual, vou à varanda e observo. Gosto de vê-la desfilar. O seu andar traz à minha memória uma época remota, um tempo carregado de sonho e fantasia. Não sei a sua idade, nem posso, por educação, preocupar-me com isso. Sei apenas que a sua presença faz-me recordar algumas pessoas queridas, que, por coincidência, foram suas amigas. Hoje não foi diferente, a boa Senhora veio e foi, assim como o passado, que caminha inevitavelmente veloz para um futuro insondado e enigmático. O vestido sóbrio, a mala discreta, o cabelo muito bem penteado, o olhar distante - talvez em busca de alguém que os anos transatos levaram, mas que imagina poder encontrar adiante, depois do final da vida terrena -, diria que, possuidor de inegável perspicácia e exímia prudência. Os seus traços são de circunspeção, certamente alinhados com o que lhe vai na alma. Lembro-me - era eu um rap

Cultura: A Independência de um povo

  Em 2024, o maior dos nomes da cultura portuguesa completará cinco séculos. Por todo esse tempo, a sua obra-maior continua a ecoar além-fronteiras, enquanto, em Portugal, o seu nome vai sendo tapado com um diáfano véu. Esse homem, fundamental para a Língua Portuguesa, carrega em si o peso de um idioma. Sem ele, tudo seria diferente, mais pobre, muito mais pobre. O seu nome, quando é pronunciado, chega como uma aurora boreal, que nos espanta e enternece. Durante os quatro anos deste mandato, tenho falado de Luís de Camões aos fregueses de N. S. do Pópulo, do Coto e de São Gregório. Tenho, também, tentado perceber que povo é este, o que quer, o que sonha, o que realiza, e, já agora, de que modo esta União de Freguesias pode ajudá-lo a ter mais esperança, mais conforto, menos solidão. Sim. SOLIDÃO! Encontrei famílias muito interessantes, umas mais, outras menos, numerosas. Em todas, por incrível que possa parecer, reside a solidão. Às vezes pensamos que o que mais desejam é o

Céu de vidro na Praça da Fruta

  Estou muito feliz por ler nas páginas deste estimado jornal que o candidato à presidência da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Luís Patacho, gostaria de ver na Praça da República, vulgo Praça da Fruta, “uma cobertura em vidro” (Ver: https://jornaldascaldas.pt/2021/08/31/luis-patacho-propoe-uma-cobertura-em-vidro-ou-noutro-material-transparente-para-a-praca-da-fruta/). Essa Proposta, que foi por mim apresentada na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Caldas da Rainha – N. S. do Pópulo, Coto e S. Gregório no dia 1 de março de 2018, segundo rezam as crónicas políticas locais, do ano indicado, recebeu um apoio deveras interessante por parte das bancadas do PSD, do CDS, do BE e do PCP, na Assembleia Municipal, porém, os representantes do meu partido (PS), sem se debruçarem sobre o assunto, fizeram “vista grossa” e anunciaram que o mesmo “não seria executável para uma cidade como as Caldas da Rainha”. Como sempre, e para que não passe em branco quem é o autor das P

O jovem Sinfonias

  Sinfonias foi um bom rapazito. A sua história é digna de um romance de capa e espada. Nasceu no Brasil, viveu em Angola e, em trágica data, nos idos de 1975, foi despejado em Portugal. Até aos nove anos de idade, em terras brasileiras, estudava latim, inglês e francês, depois, já em Luanda, apanhou energicamente da senhora professora primária – nascida em Lisboa, filha do Estado Novo e irmã da arrogância, típica de quem desconhece o que são Direitos Humanos – só porque “falava brasileiro”. Aos dez anos e meio de idade foi morar na casa da avó materna, nas Caldas da Rainha. A sua vida passou a ser comum, diria mesmo, pobre. Os seus professores mal sabiam falar a língua materna, os colegas “de estudos” andavam descalços, a correr por ruas de terra e a acreditar que o futuro era apenas uma bola de futebol. Só e desamparado, refugiou-se nos livros que tomava de empréstimo na Biblioteca da Gulbenkian (que em boa hora lhe fora apresentada pelo avô paterno), situada nos desafortuna