Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2021

Diálogo sobre a Felicidade

  Não quero, com este artigo, fazer uma apologia ao teólogo Aurélio Agostinho de Hipona (354-430), explanando longamente sobre a felicidade, ou divagando acerca da teologia doutrinária para o Cristianismo, dois temas do livro de sua autoria, cujo título está em epígrafe. A felicidade - nesta conjuntura pandémica - é, de facto, muito relativa, pois nunca foi tão fácil, e rápido, passar-se desse estado para um de tristeza e desconsolo, devido às ocorrências diárias. Estupefatos com o que vemos, necessitamos de buscar, no melhor de nós, o consolo para aqueles que nos são queridos e não estão a passar por um bom momento. A felicidade, é uma condição sólida de superabundância, contentamento e estabilidade espiritual, física e psíquica, e possui infinitas abordagens, entre elas a da relação do ser humano com a natureza; com a família; com os amigos próximos; e com a cortesia, a sabedoria e a generosidade para com o outro. Sentimos que estamos infelizes quando somos traídos; quando li

A natureza renova-se no Parque D. Carlos I

  Desde março de 2020, até à data da publicação deste artigo, o Parque Dom Carlos I, nas Caldas da Rainha, vem respirando bons ares, sem a destruidora presença das Feiras, e outras ocorrências, que tanto o feriram. Esse recinto, devido aos castigos impostos pelas tais “atrações”, ficou demasiadamente degradado, tanto que os seus próprios meios de regeneração não foram ativados. Obviamente, a recuperação desse pulmão verde permitirá que caldenses e turistas usufruam de um meio ambiente com condições de lhes oferecer uma alta fasquia no quesito qualidade de vida. A natureza, reconhecendo os problemas, e o histórico dos mesmos, como não voltou a ser maltratada desde a data acima descrita, iniciou todo um importante processo de reabilitação. Embora seja um procedimento lento, é eficaz. A maior beneficiada, além da população, é a pegada ecológica de todo o concelho, que fica em patamares muito interessantes de neutralidade carbónica. A intervenção da União de Freguesias (ou da Câmar

Língua afiada – Bordalianas

  A língua de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) era “um pouco afiada”, destilando um saudável e engraçado veneno. Muito diferente do que se vê atualmente nas redes sociais e nas conversas de café. O dichote e o maldizer bordaliano eram doces narrativas do quotidiano, tendo como foco principal a política. Hoje, são os próprios políticos que, em campanhas internas, andam pelas casas uns dos outros a difamar adversários. Tudo pela ganância de obter os seus quinze minutos de glória. Se a classe política faz dessas coisas, o povo aumenta-as, não se limitando a sussurrar impropriedades em ouvidos alheios. Movidos por uma força intestinal curiosa, esse mesmo povo avança para o teclado de um computador destilando todo o seu fel (que, obviamente, acaba na barra dos Tribunais). Enquanto Bordalo fazia uma observação cuidadosa, astuta, apropriada e crítica, de determinados temas (ou pessoas), fazendo com que a sua intercessão artística fosse irônica e, porque não dizê-lo, acutilante, o c