Numa época muito remota, devo ter feito parte do imaginário obidense, tal é a identificação que sinto com aquela região. Apesar de toda a minha família paterna ser dali originária, sinto que o que me liga à região é muito mais o que vivi em décadas passadas, do que aquilo que provém de consanguinidade. Uma certa noite, corria o ano de 1985, na cidade do Rio de Janeiro, estava a dormir profundamente quando tenho um sonho singular. Dias depois, recebo a visita de meu avô Manuel Calisto e, como era habitual, levei-o para almoçar na Confeitaria Colombo, um dos ícones do encanto do início do século XX, e da boa gastronomia carioca. Ainda durante os acepipes, depois de falarmos sobre a família que estava em Portugal, a de Santos, etc., lembrei-me de lhe contar o meu sonho, por deveras curioso: Um jovem, com uma aparência modesta, de calças em tom acinzentado, camisa branca e sapatos castanhos, jazia sentado numa grande pedra, rodeada de inúmeros arbustos e árvores, ...
Ator, encenador, professor de Arte Dramática, escritor e jornalista.