Desde março de 2020, até à data
da publicação deste artigo, o Parque Dom Carlos I, nas Caldas da Rainha, vem
respirando bons ares, sem a destruidora presença das Feiras, e outras
ocorrências, que tanto o feriram.
Esse recinto, devido aos
castigos impostos pelas tais “atrações”, ficou demasiadamente degradado, tanto que
os seus próprios meios de regeneração não foram ativados. Obviamente, a
recuperação desse pulmão verde permitirá que caldenses e turistas usufruam de
um meio ambiente com condições de lhes oferecer uma alta fasquia no quesito
qualidade de vida.
A natureza, reconhecendo os
problemas, e o histórico dos mesmos, como não voltou a ser maltratada desde a
data acima descrita, iniciou todo um importante processo de reabilitação.
Embora seja um procedimento lento, é eficaz. A maior beneficiada, além da
população, é a pegada ecológica de todo o concelho, que fica em patamares muito
interessantes de neutralidade carbónica.
A intervenção da União de Freguesias
(ou da Câmara Municipal), neste momento, no trato do solo, deve ser mínima, mas
tem de existir, por exemplo no plantio de espécies que venham enriquecer a
própria terra, e que organicamente tenham relação com o bioma de todo aquele
recinto.
Essa adição visceral,
fornecendo boa matéria biológica, poderá melhorar ainda mais todo aquele solo
(um dos “produtos” oferecidos pelas espécies são as suas folhas. Ao permitirmos
a sua integração à terra, esta, genuinamente sairá fortalecida graças aos
nutrientes, benéficos ao desenvolvimento de qualquer espécie vegetal, que
possuem).
Como é do conhecimento dos
jardineiros, e dos biólogos, o início da temporada de chuvas é o momento certo
para que seja realizado o plantio de novas espécies. O que, no Parque D. Carlos
I, não tem ocorrido com a intensidade desejada.
Talvez a Câmara Municipal
necessite de uma reavaliação da sua política de ambiente e desenvolvimento
sustentável. Ordenar o território verde do Parque D. Carlos I, de um modo que
seja possível evitar a contaminação do seu solo devido à má utilização do mesmo
aquando da realização de eventos prejudiciais,
que só aumentam o passivo ambiental do concelho, seria um começo.
Como esse recinto é um dos
pulmões da região a sua degradação será a acendalha de latentes riscos para a
saúde pública e para diversos ecossistemas. O que não pode voltar a acontecer.
Aproveitando este momento, em
que a natureza está a trabalhar afincadamente no recobro de toda aquela área, deveria
a Câmara Municipal das Caldas da Rainha apreciar, com minúcia, a Proposta da
Dra. Isabel Alves Pinto - apresentada no dia 28 de setembro de 2020, na reunião
da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias das Caldas da Rainha – N. S.
do Pópulo, Coto e São Gregório – de Candidatar o Parque
D. Carlos I, o Museu José Malhoa
e a Casa dos Barcos (Pavilhão Rainha D.
Leonor), com extensão à área envolvente onde se inclui, nomeadamente, a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, o
Hospital Termal e a Mata Rainha D.
Leonor, a Património Mundial
(material e imaterial) da Humanidade, da UNESCO.
Todas as Propostas que,
ecologicamente, venham beneficiar o concelho das Caldas da Rainha,
evidentemente serão mais-valias para toda a região centro, quiçá para todo o
território nacional. A que acabei de referir, aprovada por unanimidade por
todos os deputados daquela Assembleia, é uma delas.
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