Avançar para o conteúdo principal

José Saramago - As Intermitências da Vida


Foi com muita alegria que no dia 21 de junho, às 21 horas, apresentei, na Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, nas Caldas da Rainha, a convite de Maria Teresa Serrenho, o meu ensaio sobre a obra literária de José Saramago.

Esse livro fora lançado em 2010, na Casa Fernando Pessoa em Lisboa, com a mesa de honra composta pelos distintos: Ruy de Carvalho, Annabela Rita (autora do prefácio) e Paulo Mira Coelho, e não ocorrera ainda em solo caldense devido ao excesso de apresentações nas mais diversas livrarias das mais variadas cidades de Portugal, incluindo as das duas redes mais conhecidas.

Em Caldas da Rainha, a sessão contou com a moderação do Professor Doutor Amílcar Couvaneiro, cujas palavras sensibilizaram-me profundamente, e a plateia, estava formada pela fina flor da cultura local, o que muito me honrou.

Por mais de uma hora pude dissertar sobre a obra literária do primeiro Nobel de Literatura em Língua Portuguesa, por mais de uma hora pude ouvir com atenção a experiência de alguns, enquanto leitores de José Saramago.

Ao término da apresentação, ouvi uma elegante senhora dizer-me que já sentia saudade de uma boa palestra literária, como aquelas que assistia nos tempos áureos da cultura caldense, o que muito me envaideceu.

Foi uma noite agradável e quente, em vários aspetos. Uma noite voltada para a tertúlia literária, para a troca de ideias, para a boa disposição. Uma noite que não deverei repetir tão cedo, pois cada vez mais os meus projetos afastam-se das Caldas da Rainha e, creio, em pouco tempo podem afastar-me mesmo de Portugal. Mas, ficarão as recordações de momentos como aquele. Lembranças de um tempo bem passado, com uma plateia que encheu-me de mimos. Um momento gravado pela retina e guardado no coração. Um bem-haja a todos!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

José Rui Faria de Abreu

  Existem amigos que, quando partem para os confins do Desconhecido, nos deixam uma lacuna na alma, difícil de preencher. Foi o caso do Faria de Abreu. O primeiro contacto que tive com ele foi em Coimbra, no ano de 2001, quando fui obrigado a levar o meu pai, em consulta oftalmológica, de urgência. Após aquele dia, travamos uma salutar amizade, com vários telefonemas em diversos períodos nos anos que se seguiram, e até inúmeras visitas aquando das minhas várias passagens pela Terra dos Estudantes. Os colegas diziam que ele era o melhor oftalmologista de Portugal, a Universidade de Coimbra tecia-lhe elogios e louvores, os pacientes – o meu pai incluído – diziam que ele era um médico respeitador e dedicado. Eu digo, simplesmente, que ele era uma figura humana sensível, logo, alguém que compreendia o valor da amizade. José Rui Faria de Abreu faleceu na manhã do dia 27 de novembro de 2012 no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra , aos 67 anos de idade,...

Arena Romana nas Caldas da Rainha

Toda a vez que ouço um aficionado das touradas destilar frases de efeito, anunciando que “aquilo” é cultura, ponho-me a pensar num excelente projeto que poder-se-ia executar nas Caldas da Rainha: Construir-se uma Arena Romana. Naturalmente seria um plano muito interessante do ponto de vista “cultural”. As Arenas Romanas estão na história devido à inexorável caçada suportada pelos cristãos primitivos. Praticamente a mesma coisa que acontece com os touros numa praça. São muito conhecidas as crónicas sobre as catervas de animais impetuosos que eram lançados sobre os fiéis indefesos, algo muito semelhante com o que se vê nas liças tauromáquicas. Um touro a mais ou a menos para os aficionados é, praticamente, igual ao sentimento romano: Um cristão a mais ou a menos pouco importa. O que vale é a festa; a boa disposição de quem está nas arquibancadas; as fortunas envolvidas, representando lucros fenomenais para alguns; a bandinha de música, orientada por um maestro bêbad...

A arte de Paulo Autran

  Um dos amigos de quem sinto mais saudades é esse Senhor, cujo nome está em epígrafe. O seu percurso profissional mistura-se com a história do teatro brasileiro. O seu talento ombreia com o das divindades dos palcos, Leopoldo Fróes (1882-1932) e Laurence Olivier (1907-1989). A sua postura era ímpar, a de um cavalheiro, praticamente um aristocrata. Estava com 25 anos de idade quando o conheci, um ser ainda imberbe. Ele, com simpáticos 68. Gigante há muito. Respeitado, cultuado, um exemplo. Era carioca, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, numa quinta-feira, 7 de setembro de 1922. Muito influenciado pelo pai, Walter Autran (1891-1960), formou-se na Faculdade de Direiro do Largo de São Francisco, em 1945, desejando abraçar carreira na diplomacia. Não almejava ser ator, porém estreou como amador, em junho de 1947, no Teatro Municipal de São Paulo, com a peça “Esquina Perigosa”, de autoria de John Boynton Priestley (1894-1984), com direção de Silveira Sampaio (1914-1964). Infl...