Li Siddhartha, de Hermann Hesse (1877-1962), no ano de 1982. Comprei-o num alfarrabista do Rio de Janeiro, durante a minha primeira viagem de reconhecimento cultural da Cidade Maravilhosa.
É um livro muito bem escrito - como tantos outros - por esse excelente escritor da língua alemã (curiosamente, não vejo Hesse como um romancista, creio que, devido ao impacto de sua escrita, está mais para um prosador-poeta), e foi inspirado na vida do príncipe hindu e grande líder espiritual dos povos asiáticos Siddhartha Gautama, o Buda (o Desperto ou o Iluminado).
Alguns críticos rotulam o Siddhartha, de Hermann Hesse, como um livro esotérico, porém, não o vejo assim. Essa é uma classificação simplista, derivada do pouco conhecimento desses críticos, acerca da história de Buda, e de toda a mitografia asiática. Se observarmos o livro através de um óculo asiático, percebemos que a essência da história é uma mistura fabulária, biográfica e filosófica e não esotérica. Posso, portanto, arrumá-lo em minha prateleira mental dedicada à filosofia oriental e/ou à fábula.
Siddhartha é um livro intemporal, que possui na sua essência um grande apelo à Liberdade, e à busca pelo Saber e pelo Equilíbrio. Hermann Hesse é um humanista, um galardão maior do que o Nobel, que recebeu em 1946.
Siddhartha, assim como o Prémio Nobel, não está sujeito ao passar do tempo. Hermann Hesse, o homem, já desapareceu. O que é, afinal, a Imortalidade, senão aquilo que a consciência produz?
Revolucionária e doce. O que mais posso dizer de ti, minha querida Carolina? Creio que poucos extravasaram tão bem, tão literariamente, tão poeticamente, as suas apoquentações políticas. Vivias num estado febricitante de transbordamento emocional, que o digam os teus textos – aflitos – sobre as questões sociais ou, no mais puro dos devaneios sentimentais, as tuas observações sobre a música que te apaixonava. O teu perene estado de busca pelo – quase – inalcançável, fazia-nos compreender como pode ser importante a fortaleza de uma alma que não se verga a modismos ou a chamamentos fúteis vindos de seres pequenos. E por falar em alma, a tua era maior do que o teu corpo, por isso vivias a plenitude da insatisfação contínua. Esse espírito, um bom daemon , um excelente génio, que para os antigos gregos nada mais era do que a Eudaimonia , que tanto os carregava de felicidade, permitindo-lhes viver em harmonia com a natureza. Lembro-me de uma conversa ligeira, onde alinhava
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