Não me recordo de nenhum Governo que alguma vez tenha, realmente, sido justo com os professores. Os ordenados líquidos são muito abaixo do merecido, a estabilidade no emprego é duvidosa, a progressão na carreira não é decente e honesta, o exagero na carga tributária, a precariedade, a falta de incentivos, o excesso de carga horária, etc. Além disso, há um número absurdamente grande de docentes por colocar (e dezenas de alunos sem aulas desde o início do ano letivo). Portugal passa, mais uma vez, por justas reivindicações, por parte dos professores (e de todos os profissionais de educação) do ensino não superior. Cinco pontos estão na mesa de negociação com o Governo: 1) um aumento de salário, que possibilite minimizar – realmente – o agravamento da inflação; 2) uma correta avaliação, e progressão na carreira, sem quotas, de estrutura meritocrática, sem a sanha desumana de poupança ditada pelas Finanças; 3) o retorno à administração democrática das escolas; 4) o fim da munic...
Ator, encenador, professor de Arte Dramática, escritor e jornalista.