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A Constituição da República Portuguesa

Mensagens recentes

A Educação na base de uma sociedade justa

  Helsínquia, capital da Finlândia, é a cidade com o melhor sistema educacional do planeta. Nas últimas décadas, um somatório de políticas educacionais renovadoras e eficazes transformou a Educação naquele burgo através da mudança de foco. A importância do aprendizado prático, da resolução de problemas, do investimento no bem-estar, do desenvolvimento do seu pensamento crítico e de toda uma ação colaborativa, prepara os alunos para suportar os desafios com criatividade e inovação, habilitando-os para os grandes reptos que surgirão no correr do século XXI. Graças ao investimento na Educação a região possui um crescimento baseado na Cultura, sendo, porém, também, um local de amplo comércio e com uma indústria muito produtiva e rica. Aproximadamente 190 escolas primárias, 41 escolas secundárias, 15 institutos profissionais, 4 institutos politécnicos e 8 universidades, compõem todo o sistema educacional, e tudo isso para uma população que não chega aos 700 mil habitantes. Na ...

A arte de Paulo Autran

  Um dos amigos de quem sinto mais saudades é esse Senhor, cujo nome está em epígrafe. O seu percurso profissional mistura-se com a história do teatro brasileiro. O seu talento ombreia com o das divindades dos palcos, Leopoldo Fróes (1882-1932) e Laurence Olivier (1907-1989). A sua postura era ímpar, a de um cavalheiro, praticamente um aristocrata. Estava com 25 anos de idade quando o conheci, um ser ainda imberbe. Ele, com simpáticos 68. Gigante há muito. Respeitado, cultuado, um exemplo. Era carioca, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, numa quinta-feira, 7 de setembro de 1922. Muito influenciado pelo pai, Walter Autran (1891-1960), formou-se na Faculdade de Direiro do Largo de São Francisco, em 1945, desejando abraçar carreira na diplomacia. Não almejava ser ator, porém estreou como amador, em junho de 1947, no Teatro Municipal de São Paulo, com a peça “Esquina Perigosa”, de autoria de John Boynton Priestley (1894-1984), com direção de Silveira Sampaio (1914-1964). Infl...

A viagem de Thomas Mann

  Em 1856, Júlia da Silva Bruhns (1851-1923), natural de Paraty, no Rio de Janeiro, embarca num vapor com destino à Europa. Naquele instante, aos cinco anos de idade, genuinamente, não poderia imaginar o que a vida lhe reservava. Dezanove anos depois, a 6 de junho de 1875, na Cidade Livre de Lübeck (hoje, estados alemães Schleswig-Holstein e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental), dá à luz o pequeno Paul Thomas Mann. Ensaísta, contista, crítico social e romancista, Thomas Mann viria, com a sua pujança artística, a ser um dos mais carismáticos escritores do planeta. A sua obra é uma das mais importantes da história da literatura, e é imprescindível em qualquer biblioteca de relevo. A sua estreia literária, no ano de 1893, foi modesta, iniciando colaboração com a revista “Der Fruhlinssturm”, da qual veio a tornar-se seu coeditor. Com o passar dos anos, este grande antinazista, legatário temporão da memória idealista e romântica alemã, conseguiu reproduzir de modo muito original a ...

Obrigado!

  Depois de, aproximadamente, seis anos de colaboração com o Jornal das Caldas, chegou o momento de uma mudança. Um autor que não se movimenta acaba por cair em lugares-comuns. O que não é bom para a saúde literária da própria criação. Repentinamente, após um telefonema recebido, vi-me impelido a aceitar um dos convites que tenho arrecadado ao longo do meu percurso. Em busca do melhor, o ser humano não pode, nem deve, estagnar. Avante, pois para a frente é o caminho, como se costuma dizer, já de modo tão gasto. Sim, estou de saída. Deixo para trás uma equipa de bons profissionais. Agradeço, a cada um, pelos anos de convívio e camaradagem. Os meus leitores não deverão sentir falta. Mas se por acaso isso vier a acontecer, brevemente, através das minhas redes sociais, saberão em que folha jornalística estarei. Por enquanto reservo-me à discrição, pois há detalhes que ainda estão a ser ultimados. A responsabilidade de quem escreve num jornal é enorme, especialmente quando s...

O Declínio das Fábulas - I

  Em poucos dias, o primeiro volume do meu novo livro “O Declínio das Fábulas” chegará a todas as livrarias portuguesas. Esse tomo reúne uma série de temas que reverberam o meu pensamento nas áreas da cultura, da arquitetura, da mobilidade, etc. para uma cidade como Caldas da Rainha. O prefácio é de autoria da jornalista Joana Cavaco que, com uma sensibilidade impressionante, timbra, assim, o que tem constituído o trabalho deste que vos escreve. Nele, há trechos que me comoveram francamente. Outros são mais técnicos, contudo exteriorizam um imenso conhecimento daquilo que venho produzindo, por exemplo: “É essa mesma cidade ideal a que, pelo seu prolífico trabalho, tem procurado erguer, nos vários locais por onde tem passado, seja a nível cultural ou político. Autor de extensa obra, que inclui mais de sessenta livros (a maior parte por publicar) e um sem fim de artigos publicados em jornais portugueses e brasileiros, revistas de institutos científicos e centros de estudos, ent...

Impressões de 1907

  Matthew entra na estação do Rossio, na mão direita o bilhete para Caldas da Rainha, na esquerda o volume “Notas de Viagem – Paris e a Exposição Universal (1878-1879)”, de Ramalho Ortigão. O seu intuito é, somente, o de rever a Vila, que é afamada graças às Termas e, quem sabe, aproveitar um pouco daquelas águas para debelar alguns incómodos respiratórios, reumáticos e músculoesqueléticos. O enredo do livro levara o seu pensamento a desejar a França, contudo, os seus parcos recursos não o autorizavam a tanto. Quando ouviu o silvo da máquina, apressou-se a subir os pequenos degraus da carruagem e a acomodar-se confortavelmente. Quinze minutos depois percebeu que não conseguiria esquadrinhar o relato de Ramalho, a paisagem não o permitiria. Completamente envolvido pelas cores deixou-se entreter, imaginando como poderia fazer bem, aos seus pulmões, caminhar por aqueles campos. A brochura foi parar à algibeira. Os olhos passaram a perscrutar o entorno, completamente extasiados. ...