Foi com profunda tristeza que ontem, ao final da tarde, fui informado pelo Senhor Rui Nascimento através de rápida troca de mensagens, que, este, seria obrigado, devido à crise nefasta que assola Portugal, a encerrar as suas atividades de livreiro alfarrabista. Confesso que não me espanta ver mais um amante de livros e autores a cair por terra devido à má gestão do governo, que teima em acabar com o comércio (e a indústria) através dos pesados encargos que são, qual máquina mortífera, uma perigosa arma na mão de incautos e imaturos políticos (desde o 25 de abril de 1974 que essa classe vem minando o país de maneira vil e traiçoeira).
Ver "A Barateira" a fechar portas entristece-me profundamente, não poder mais dedicar algumas horas quinzenais a uma conversa franca e salutar com uma das maiores inteligências portuguesas deixa-me de luto, saber que tudo vem acontecendo de modo violento contra a população e essa mesma população a tudo assiste, confortavelmente sentada na sala de sua residência, à espera "que alguém tome providências para salvar o país" faz-me acreditar que a única saída possível para a crise é uma passagem de avião.
D. Sebastião está morto. O nevoeiro anunciado há muito que desapareceu... Ninguém poderá salvar uma nação em declínio absoluto se o seu veículo de combate for um sofá e a sua arma for o comando da televisão!
Nenhum país poderá mudar - verdadeiramente - o rumo político se o povo continuar a negar o seu poder de voto.
Até quando?
Estou de luto. A cultura portuguesa está cada vez mais pobre.
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