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Limpeza Urbana




Se os órgãos competentes não possuem verbas suficientes para que os concelhos portugueses respondam com qualidade às questões de higiene urbana, algo vai mal.

Mas, não devemos olvidar que a falta de civismo da população torna mais grave a situação.

Lisboa está caótica nesse tema. Por mais que as Juntas de Freguesia se esforcem para resolver o problema, as pessoas mantém o descuido, tornando a Capital num lixão a céu aberto.

Nas Caldas da Rainha noto, em muitos pontos, a demora na recolha de resíduos, mas, vejo muito bem, e com gravidade, no centro da cidade, o descuido dos transeuntes, que teimam em não respeitar o outro, atirando toda a espécie de detrito (principalmente máscaras, luvas, embalagens de tabaco, restos de comida, garrafas vazias, etc.) para o chão, mesmo tendo nas proximidades algum recipiente para o receber.

É notória a falta de varredura e lavagem de ruas, resultado de um reduzido número de trabalhadores nessa área, porém, não podemos esquecer que cada um de nós é responsável pela manutenção do local em que circula.

Tornou-se uma rotina, para mim, ao abrir a porta do edifício onde moro, deparar-me com todo o tipo de sedimento, para não falar da pestilência resultante de “divertidos” utilizadores dos locais de bebidas existentes nas proximidades. Será que os bares que frequentam não possuem locais adequados para que os seus clientes “atirem o barro à parede” ou “vertam águas”? Ou será que algumas pessoas imaginam que estão a viver em pleno século XVIII?

Com certeza é impossível ter uma freguesia 100% limpa, seja pelo motivo que for, mas, se os órgãos responsáveis, e a população em geral, dedicarem um pouco de tempo à causa da limpeza e da manutenção urbana, certamente estaremos a contribuir para que ninguém sinta vontade de atirar - seja o que for - ao chão.

Caldas da Rainha não é um concelho vocacionado para o turismo, logo, não é visitado por milhares de pessoas, o que facilita a conservação do estado de asseio, mesmo assim devemos ter em atenção as nossas atitudes. É necessário, também, cobrar dos órgãos competentes, e sistematicamente, a implantação de um higiénico sistema de contentores subterrâneos de larga escala. Bem como, providenciar a sua higienização com muita frequência, dando o exemplo.

Outra das necessidades é a implementação de muitos mais ecopontos em locais táticos (para isso convém elaborar uma estratégia de limpeza urbana mais eficaz), para que a reciclagem seja, cada vez mais, um hábito da população.

Abro aqui um parêntesis para agradecer aos trabalhadores da limpeza urbana (poucos, mas excelentes) que, em tempo de COVID-19 têm arriscado a vida, tentando manter limpos os locais que são da sua responsabilidade. O esforço e a dedicação, dessas pessoas, deveriam ser recompensados com um grande acrescento ao seu ordenado (lanço a seguinte ideia: Essa verba suplementar poderia ser oferecida pelos vereadores, deputados municipais e deputados das Assembleias de Freguesia, retirada do que auferem pelos cargos que ocupam).

E, por falar na classe política: Às vezes penso que os vereadores, deputados municipais e deputados das Assembleias de Freguesia das Caldas da Rainha não possuem o hábito de se locomoverem a pé pelo concelho, pois, há tanto a ver e a ser visto, em todos os setores, especialmente aqueles que dizem respeito à saúde pública, que a sensação que fica é a de que, nos cargos que assumiram, “andam a matar baratas no canto da sala”.

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