O 26 de setembro de 2021 ficará
nos anais da história caldense como o dia do grande ciclone. Como foi noticiado
em todos os quadrantes: Um furacão de grandes proporções passou pelo
território, modificando o mapa político do concelho.
O Movimento Vamos Mudar, ao
vencer as eleições autárquicas locais terá pela frente um trabalho árduo,
principalmente nas duas maiores freguesias, pois os candidatos vitoriosos não
possuem nenhuma experiência política. É necessário, portanto, um tempo de
adaptação, para conhecerem os assuntos que dominam o dia-a-dia daqueles órgãos
e, principalmente, de tranquilidade e sagacidade para perceberem as
necessidades dos seus fregueses.
Neste momento, é urgente
diminuir os conflitos políticos na região. É imprescindível que exista união de
partes para que a qualidade de vida de cada cidadão melhore. Preocupa-me por
isso, e grandemente, quem ficará com as pastas da Cultura e da Ação Social.
A apreensão, no que trata à
Cultura, é grande pois existem pessoas que a confundem com entretenimento. São
campos distintos. A Cultura é o que pode alavancar o concelho, dando-lhe projeção,
inclusive internacional, o entretenimento é apenas para divertir os distraídos,
enquanto se bebem algumas cervejas e se degustam alguns tremoços.
No que diz respeito à Ação
Social - temos de ser honestos - foi uma área bem cuidada pelo PSD, portanto, a
fasquia da qualidade deve ser daí para melhor.
Quando se discute política o
que mais sobressai é a necessidade de se mostrar que quem está com a razão é o
partido A ou B, ou seja, limitamo-nos a um debate meramente institucional, que
em nada colabora para a modificação do sistema (esta palavra causa-me
urticária) vigente.
A política não está apenas na
mão dos partidos, e esta eleição autárquica é prova disso. Está presente na
vida de qualquer pessoa, dos mais variados modos. Porém, é necessário que todos
os lados percebam que a grande transformação de um concelho passa, em muito,
pela consolidação e investimento na Cultura e na Questão Social.
Caldas da Rainha é um exemplo
de Democracia Participativa, pois a intervenção direta eleitoral dos cidadãos
fez-se nos processos de tomada de decisão e de intendência do exercício do
poder. Existe, porém, um detalhe que deve ser muito bem clarificado pelo
candidato eleito (Vítor Marques): O Movimento Vamos Mudar possui pessoas de
diversos quadrantes políticos, desde a Esquerda à Extrema-Direita, o que
significa que é necessário equilibrar pensamentos e ações.
A Democracia Participativa é um
modelo interessante para o exercício do poder político, mas o que fazer com os
excessos é preocupante. E eles existirão, é inevitável. Todos nós, cidadãos
pensantes de um concelho como este desejamos, também, que o deslumbre não cubra
os olhos dos inexperientes eleitos. Que estes não se esqueçam que estarão nos
cargos para servir o próximo.
A legitimidade das decisões
devem passar por um amplo processo de discussão, onde se percebam (sem fazermos
muito esforço para ver) os princípios da inclusão, o respeito pelas minorias, a
justiça social, etc., não podem ficar no campo do “Quero, Posso e Mando”.
Para concluir: Uma nota de
pesar. O Partido Socialista morreu. Paz à sua alma.
O grande derrotado (como era de
se esperar, devido às artimanhas de bastidores que as lideranças do partido vêm
fazendo, sucessivamente, desde 2017) é o Partido Socialista. Não restando,
portanto, outra hipótese à sua Comissão Política e ao seu Secretariado senão a
demissão imediata dos integrantes desses dois organismos. Graças à péssima
gestão política, feita pela últimas três lideranças concelhias, o PS/Caldas
possui atualmente a pior representatividade do país.
Não restam nem canas para
apanhar.
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