Recentemente voltei a dedicar alguma atenção a um projeto, de autoria dos arquitetos Hugo Feliciano, Marco Godinho, Nuno Gonçalves e Vasco Antunes (contando com a colaboração do engenheiro Eduardo Freitas), que pode colocar o Caldas Sport Clube (fundado a 15 de maio de 1916) num patamar de excelência, em âmbito desportivo.
Esse emblema usufrui, desde
1934, de um recinto para a prática do futebol, conhecido nacionalmente por
“Campo da Mata”, com uma lotação que pode chegar às 13.000 pessoas. Porém, as
condições gerais desse local, bem como o conforto dos seus atletas, adeptos e
simpatizantes, foram sempre colocadas em segundo plano, devido, naturalmente, à
escassez de verbas que um clube desta dimensão possui.
Entretanto, também há poucos
dias, soube que o Caldas S. C. (agora com alguma verba disponível) iniciou um
somatório de ações para a requalificação do seu santuário desportivo. No
entanto, pelo que consta, o projeto citado acima não foi o beneficiado. O que
me entristece, devido à sua consistência e qualidade.
Elaborada, no ano de 2011, essa
valiosa planta arquitetónica poderia ter sido, através de um conjunto de
esforços, executada nestes nove anos. Entre estes, provavelmente, o do
Financiamento Sustentável do Desporto, que permite “…explorar plenamente as
possibilidades de apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional a favor
das infraestruturas desportivas…”.
Sem dúvida, o Caldas S. C. deve
ultimar uma completa reformulação do seu espaço desportivo, se quiser,
realmente, agigantar-se, pois, é inadmissível que um clube, que completou
recentemente 104 anos de existência, não possua uma sede digna do seu quadro
associativo e dos seus simpatizantes, uma sala apropriada para a exibição de
todos os seus troféus e galardões, e um local onde a memória escrita, falada,
videográfica e fotográfica seja guardada e exibida às futuras gerações. O
projeto em questão possui todas as mais-valias para, finalmente, os Pelicanos se
orgulharem das suas instalações.
O Caldas S. C. não precisa
estar na caríssima Primeira Liga, necessita, isso sim, de ser um orgulho
desportivo para os caldenses, e, com um estádio como o proposto pelo projeto
daqueles quatro arquitetos, pode, sem dúvida, consegui-lo.
Lembrando que, com a magnificência
da estrutura sugerida, o novo estádio seria o local ideal para jogos-treino das
seleções portuguesas, nos seus mais diversos escalões, bem como das congêneres
europeias, aquando da realização dos seus estágios internacionais. Nada
impediria, também, e por exemplo, que grandes clubes europeus viessem a Caldas
da Rainha, aquando das suas excursões de pré-epoca, para jogos com equipas
nacionais, ou mesmo para protagonizar um torneio anual (organizado pelo Caldas
S.C.) com formações do grande escalão do futebol português.
O Caldas S. C. anuncia que “um
novo projeto está em fase de elaboração”, o que não me parece correto, pois
reflete-se em tempo e esforço despendidos.
O que foi apresentado, no ano
de 2011, pelos arquitetos Hugo Feliciano, Marco Godinho, Nuno Gonçalves e Vasco
Antunes, em minha modesta opinião, encerraria o assunto, pois concentra todas
as mais-valias necessárias à organização desportiva de uma coletividade da
dimensão do Caldas S. C.
Será que os sócios e
simpatizantes já pararam para pensar que, para o crescimento do Caldas S. C.,
talvez seja necessário buscar um investidor internacional? Alguém disposto a
tornar o clube numa marca de sucesso, que possua uma visão alargada do que o
futuro nos reservará no campo desportivo. Este é o momento de se colocar em
prática um excelente projeto, que já existe, e que pode ser a menina dos olhos
das estruturas desportivas portuguesas do segundo escalão.
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