Para Aristóteles (384 a. C –
322 a. C.) a política é a ciência que possui por finalidade proporcionar
felicidade ao ser humano, e está dividida na Ética, e na irrepreensível organização,
direção e administração das Cidades-Estado.
A Ética deveria ser, segundo o
próprio autor, o motor de uma engrenagem muito bem afinada, onde as pessoas
fossem a razão pela qual toda a estrutura política existe.
Na “Política” (dividido em oito
livros), esse autor pretende examinar as estruturas governamentais, bem como os
organismos existentes na sociedade, apropriados para confirmar a possibilidade
de oferecer a todos os cidadãos uma vida plenamente feliz.
Demandar conhecimento como meio
para a atuação é o mote aristotélico para o político oferecer bem-estar geral
aos seus concidadãos.
A prática filosófica desse
pensador regeu a intenção/ação da Europa a partir do século XII, e foi o início
de um avanço espetacular no campo científico, baseado nas suas teorias, o que,
em crescendo, ocasionou uma enormíssima revolução, nesse sector, no correr do
século XVI.
Sem Ética, o político passa
pelo “sistema” sem grafar uma marca, um ex-libris, que mude a vida das pessoas.
Com o passar do tempo,
exatamente o que ocorre neste século XXI, encontramos as “escolas de política”
nas sedes dos Partidos - o que não seria mau se o que fosse ali ensinado
estivesse enraizado na Ética -, mas o que se vê é um aprendizado fixado no Poder.
Ter Poder. Usar o Poder.
Independente do Partido, e se é
de Esquerda, de Centro, ou de Direita, a marca “Queremos Poder”, que é ensinada
diariamente aos militantes, é um ponto de desequilíbrio naquilo a que
conhecemos por Democracia. Chegando a ser tão desestruturante que, dentro dos
próprios partidos, a “sede pelo Poder” faz com que surjam monstruosidades
ditatoriais, para pressionar a “massa distraída” a pensar a favor ou contra uma
determinada ideia ou fação.
Neste caso, não há um jogo
saudável, onde todos falam, expõem ideias e ajudam na manutenção e no crescimento
da estrutura (e com o pensamento voltado para o bem-estar da população).
Destacando-se, geralmente, nas
estruturas partidárias, três grupos: O primeiro, aquele que quer o Poder
a qualquer custo, passando por cima da Ética; O segundo que tem
interesses muito fortes, especialmente em ajudar os que podem chegar ao Poder,
para (como pagamento dessa ajuda) se garantirem num bom cargo administrativo
público ou privado; E o terceiro, que é o lugar do carneiro, aquele ser
que está ali movido apenas pelo interesse em conseguir alguma migalha, para que
a vida não seja tão patética quanto costuma ser.
Sem o estudo da Ética, e sua
consequente prática, não existe Democracia dentro dos Partidos e, num efeito
dominó, quando os integrantes dessas forças partidárias assumirem cargos (de
média ou de grande relevância) por esse país afora, o que se verá será o
aumento da corrupção. O pior problema para um país.
Qualquer “passo mal dado” por
um político, que “navega pelo Poder” sem Ética, inevitavelmente terá reflexos
negativos, sociais e psicológicos, na população. O nosso planeta está repleto desses
maus exemplos.
O Poder possui uma linguagem
própria, porém, somente quando esse Poder propende, regiamente, ao bem público,
a sua expressão é distinta, transparente e despretensiosa, chegando, então,
perto daquilo a que conhecemos por Ética. Uma utopia?
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