Recentemente publiquei dois
artigos que foram baseados num excelente texto do historiador, investigador e
médico Dr. Duílio Crispim Farina, de saudosa lembrança. Esse abalizado cultor
das belas-letras, com a sua verve tão peculiar e repleta de elegância, aponta
para algumas obras de arte que existiram em três concelhos portugueses, e que,
por razões que se desconhece, deixaram de estar visíveis ao público.
O venerável doutor, na
publicação “Alguns apontamentos sobre monumentos portugueses em Caldas da
Rainha, Coimbra e Lisboa” refere “a existência de uma estátua em lioz, em
homenagem a Eça de Queirós, no Parque Dom Carlos I, em Caldas da Rainha, em
contraponto com outra, do mesmo autor cerâmico, porém, de gesso, e que esteve
provisoriamente no mesmo parque”. Cita, também, a “estátua equestre de D. João
IV, em bronze, que durante dois anos ornamentou o Parque Dom Carlos I”. Conhecendo
bem a seriedade desse boníssimo médico, culto historiador e exímio
investigador, dou-lhe todo o crédito.
Após a publicação dos meus dois
artigos, neste respeitado jornal, uma pseudoelite bacoca (bajuladores do poder,
independente de quem está no mesmo) começou a resmungar pelas redes sociais.
Porém, na realidade, o que os enervou não foram os meus textos, mas sim o facto
dos mesmos “atingirem” (levemente) a nova vereação da Cultura.
O curioso é que algumas pessoas
dessa pseudoelite, que pelas mesmas redes sociais defendem, com unhas e dentes,
o novo executivo camarário, ao passarem por um alto elemento do executivo
anterior (à minha frente) atiraram para o ar “faz tanta falta na nossa Câmara
Municipal. Esse Movimento não sabe o que anda a fazer”. Afinal, como ficamos?
Quando a pseudoelite bacoca dá
ouvidos a alguns “iluminados” e, sem aceitar o contraditório, coloca pedras
sobre os assuntos graves da Cultura, ajudando a mantê-la insalubre, oca,
sensaborona (sem se dignar a aceitar, e a assumir, que investigadores de outras
regiões do país, ou de outro ponto do planeta, possam ter mais e/ou melhores
informações sobre determinados assuntos). Segundo Santo Agostinho (354-430): “O
mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página”.
Quando essa pseudoelite se
reúne – covardemente - fala pelas costas, não conseguindo fazê-lo olhos nos
olhos, preferindo o chorrilho dos impropérios e das mentiras nas obscuras
páginas das redes sociais ou “entre copos”, na casa de alguém, tendo por
testemunhas, apenas, os do mesmo bando.
Naquilo que escrevo (ou falo),
não utilizo filtros, porque nada tenho a esconder. Não sou adepto dos “falinhas
mansas”, que gostam de aparentar uma cintilante elevação espiritual, mas, na
calada, possuem uma língua viperina e investem na intriga, tirando o equilíbrio
do todo ao seu redor. Tenho verdadeiro asco por esse tipo de humanoide.
Infelizmente, encontramos essa gente em todos os governos, em todos os
executivos camarários, nos partidos políticos e em diversos quadrantes da
sociedade. Uma autêntica praga.
Nas Caldas da Rainha
(mostrem-me que estou errado), dentro do Movimento que venceu as autárquicas
(estou, fervorosamente, a desejar que seja um mandato de luxo e que o mesmo
faça o concelho dar um salto qualitativo) existem pessoas (em cargos muito
importantes) que aparentam nunca terem lido um livro sobre o município,
desconhecendo por completo a sua história ou os feitos de alguns importantes
nomes. O que é deveras preocupante.
Ser polémico, não aceitar
lugares-comuns, gritar aos quatro ventos que a Cultura e a Educação são aquilo
que deve alavancar um concelho, quiçá um país, é um direito. Dever, é ser
correto com o outro. A pseudoelite bacoca possui tantos telhados de vidro que
não deveria provocar ninguém.
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