Acredito que o comum dos
caldenses não saiba que o seu concelho é geminado com diversas cidades. Perth Amboy (Nova Jérsei, Estados Unidos);
Badajoz (Estremadura, Espanha); Le Raincy (Seine-Saint-Denis, França); Huambo (Angola); Poços de Caldas (Minas Gerais, Brasil); Santo Amaro da Imperatriz (Santa Catarina, Brasil); e Figueiró dos
Vinhos (Portugal), são os burgos que, com Caldas da Rainha, têm uma relação formal
de proximidade.
O que significa “geminação”? Trata-se
de um “conceito que tem como objetivo criar relações e mecanismos protocolares,
essencialmente em nível espacial, económico e cultural, através dos quais
cidades de áreas geográficas ou políticas distintas estabelecem laços de
cooperação”.
É muito comum que essas cidades
gémeas, geminadas ou irmãs, tenham características semelhantes, seja no foro
demográfico, seja nas relações históricas. É habitual, também, que esses lugares
realizem uma série de tratados de entreajuda política, social e económica.
Esse conceito foi encetado na
Europa Medieval, por volta de 836 AD, aquando da geminação de Paderbom
(Alemanhã) com Le Mans (França). Depois, já em 1905, a britânica Keighley, West
Yorkshire, entrou em acordo com as francesas Puteaux e Suresnes.
Um novo impulso foi dado no
pós-Segunda Guerra Mundial, exatamente como meio de promover o congraçamento e
a paz em todas as fronteiras.
Foi graças ao estímulo dado por
Dwight David Eisenhower (1890-1969), presidente dos Estados Unidos da América
durante a Guerra Fria, que - com o
propósito de fomentar o intercâmbio cultural, tecnológico e económico - a ideia
da geminação entre localidades se propagou com volúpia.
Articulando localmente: Caldas da Rainha deveria possuir, no seu
marco zero (será que os caldenses sabem onde está localizado?), de modo visível,
uma placa sinalizadora que indicasse a direção e a distância que possui
relativamente a cada uma dessas cidades. Poderia, também, publicar um livro (a
ser disponibilizado gratuitamente pela autarquia) que explanasse sobre cada uma
das suas geminações.
Uma outra ideia, também simples de realizar,
seria a de perfazer, através da vereação da Educação, um protocolo com todas as
escolas do concelho, no sentido de incluir nos currículos um conjunto de aulas sobre
cada uma daquelas localidades. Deste
modo, as crianças caldenses poderiam aprender a valorizar a geminação, das
cidades e vilas, como fatores de aprimoramento das relações de intercâmbio e
cooperação, bem como estreitar vínculos de respeito e admiração para com o
próximo.
Envolver os cidadãos, nas relações de vicinalidade
entre as cidades-irmãs, será um meio de incentivar o desenvolvimento dos
agentes económicos, sociais e culturais das comunidades, apelando, inclusive,
para um maior exercício de cidadania, e concorrendo com o fortalecimento de
inúmeros valores fundamentais para o progresso
de cada região.
Será que Caldas da Rainha já
participou de algum Congresso das Cidades Geminadas? Será que está a par do que
são os incentivos para a expansão das “Cidades do Saber”? Será que tem noção da
existência das Estrelas D’Ouro das Geminações?
Sensibilizar, promover,
contribuir, fortalecer, pensar, implicar, desenvolver e perspetivar, são as
palavras mais importantes quando se fala em geminação de cidades. Caldas da
Rainha precisa, e deve, efetuar exercícios de cidadania e democracia, ativando
e envolvendo os cidadãos no conjunto de cidades-irmãs existentes, pelo bem
comum e pelo futuro, visando, principalmente, o entendimento de si própria,
para dar-se a conhecer posterior e positivamente.
Comentários
Enviar um comentário