Avançar para o conteúdo principal

Perth Amboy






Colonizada em 1683 por escoceses, atualmente Perth Amboy possui, em larga escala, uma população hispânica. É um burgo com uma interessante esfera histórica, localizado no Estado de Nova Jérsei, incluído na área metropolitana de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. A sua costa é banhada pelo Oceano Atlântico Norte, tendo, mesmo aos seus pés, a baía de Raritan. Por isso, os americanos costumam chama-la de “A cidade da baía”.

Dispõe de um cais muito procurado, tanto para lazer quanto para atividades piscatórias e marítimas; dois museus (Proprietary House - The Royal Governor’s Mansion e The Kearny Cottage Museum); uma galeria de arte (Perth Amboy Gallery Center for the Arts); diversas casas em estilo colonial, outras vitorianas; uma encantadora marina; um frondoso e bem cuidado parque (este possui uma concha acústica bem projetada); e algumas praias (distantes do marco zero da cidade): A Sandy Hook, com uma excecional vista para Manhattan; a Sea Bright, banhada, pelo Oceano Atlântico Norte e pelo rio Shrewsbury; e a Point Pleasant Beach, local de grande atividade desportiva (voleibol, surf, bodyboard, caiaque e mergulho), todas com um extenso areal branco e muito frequentadas por residentes e turistas.

As suas avenidas e ruas são muito largas e cuidadosamente limpas. A maioria das calçadas são cobertas por uma vegetação bem tratada e primam pelo asseio. 

Confesso que não compreendo o motivo que leva Perth Amboy a ser uma cidade-irmã de Caldas da Rainha, pois, entre elas, não há ligações históricas ou termais, não existindo, inclusive, nenhum vínculo protocolar, seja a nível espacial, económico ou cultural. Não há, também, nenhuma característica semelhante, tanto no foro demográfico quanto no social.

A força motriz de Perth Amboy foi sempre o povo hispânico, realçando-se depois os escoceses e, posteriormente, os dinamarqueses, os polacos, os húngaros, os checos, os russos, os austríacos e os italianos. Atualmente, além dos citados, existe uma respeitada, enorme, e próspera, comunidade judaica.

É de destacar a pujança do Raritan Yacht Club, um dos clubes de iates (algo que o concelho caldense não possui) mais antigos e cortejados do mundo.

Perth Amboy tem, assim como muitas cidades americanas, uma pequena, mas salutar, colónia portuguesa, mas, isso não é o suficiente para firmar um protocolo de cidade-irmã com este burgo.

Se andarmos por esta terra e inquirirmos os caldenses sobre o que acham da cidade de Perth Amboy, praticamente a totalidade dirá que nunca ouviu falar, nem sabe onde fica situada. Dirão ainda que não conhecem o conceito de cidade-irmã, e que, nunca, alguém relacionado à Câmara Municipal, ou a uma Junta de Freguesia, se dera ao trabalho de explanar sobre esse assunto.

A geminação de cidades e vilas visa estimular a solidariedade mútua entre pessoas, incentivando o intercâmbio de experiências, a amizade, as relações históricas, educacionais e culturais, e o fortalecimento do comércio e da indústria.

As duas perguntas que deixo aqui são simples: Quem é o responsável pela Pasta das Geminações na Câmara Municipal das Caldas da Rainha? O que se vem fazendo, efetivamente, para aproximar-nos de Perth Amboy?

A falta de projetos, e de acordos de cooperação, entre as duas localidades é o reflexo do vazio que se vive neste concelho, onde as manobras de diversão e o nepotismo vão ganhando terreno, em detrimento de uma solidez cultural, política e social, necessárias para o crescimento efetivo da região.

Comentários

fernanda disse…
Muitíssimo obrigada pelo seu texto. Na verdade, também nunca ouvi falar de Perth Amboy.
Mas penso que tem de haver na Câmara das Caldas da Rainha um documento que contemple este assunto. Ou será que se encontre num organismo do Estado Central?
Vou procurar saber... Depois darei notícias, se conseguir perceber...
Unknown disse…
Estranho. Realmente eu não conheço suficientemente bem as Caldas e muito menos Perth Amboy, mas pelo que li, não encontro nenhuma ligação! Que me desculpem os habitantes de ambas as cidades! 😧😯

Mensagens populares deste blogue

Um jardim para Carolina

Revolucionária e doce. O que mais posso dizer de ti, minha querida Carolina? Creio que poucos extravasaram tão bem, tão literariamente, tão poeticamente, as suas apoquentações políticas. Vivias num estado febricitante de transbordamento emocional, que o digam os teus textos – aflitos – sobre as questões sociais ou, no mais puro dos devaneios sentimentais, as tuas observações sobre a música que te apaixonava. O teu perene estado de busca pelo – quase – inalcançável, fazia-nos compreender como pode ser importante a fortaleza de uma alma que não se verga a modismos ou a chamamentos fúteis vindos de seres pequenos. E por falar em alma, a tua era maior do que o teu corpo, por isso vivias a plenitude da insatisfação contínua. Esse espírito, um bom daemon , um excelente génio, que para os antigos gregos nada mais era do que a Eudaimonia , que tanto os carregava de felicidade, permitindo-lhes viver em harmonia com a natureza. Lembro-me de uma conversa ligeira, onde alinhava

Obrigado!

  Depois de, aproximadamente, seis anos de colaboração com o Jornal das Caldas, chegou o momento de uma mudança. Um autor que não se movimenta acaba por cair em lugares-comuns. O que não é bom para a saúde literária da própria criação. Repentinamente, após um telefonema recebido, vi-me impelido a aceitar um dos convites que tenho arrecadado ao longo do meu percurso. Em busca do melhor, o ser humano não pode, nem deve, estagnar. Avante, pois para a frente é o caminho, como se costuma dizer, já de modo tão gasto. Sim, estou de saída. Deixo para trás uma equipa de bons profissionais. Agradeço, a cada um, pelos anos de convívio e camaradagem. Os meus leitores não deverão sentir falta. Mas se por acaso isso vier a acontecer, brevemente, através das minhas redes sociais, saberão em que folha jornalística estarei. Por enquanto reservo-me à discrição, pois há detalhes que ainda estão a ser ultimados. A responsabilidade de quem escreve num jornal é enorme, especialmente quando se pr

O Declínio das Fábulas - I

  Em poucos dias, o primeiro volume do meu novo livro “O Declínio das Fábulas” chegará a todas as livrarias portuguesas. Esse tomo reúne uma série de temas que reverberam o meu pensamento nas áreas da cultura, da arquitetura, da mobilidade, etc. para uma cidade como Caldas da Rainha. O prefácio é de autoria da jornalista Joana Cavaco que, com uma sensibilidade impressionante, timbra, assim, o que tem constituído o trabalho deste que vos escreve. Nele, há trechos que me comoveram francamente. Outros são mais técnicos, contudo exteriorizam um imenso conhecimento daquilo que venho produzindo, por exemplo: “É essa mesma cidade ideal a que, pelo seu prolífico trabalho, tem procurado erguer, nos vários locais por onde tem passado, seja a nível cultural ou político. Autor de extensa obra, que inclui mais de sessenta livros (a maior parte por publicar) e um sem fim de artigos publicados em jornais portugueses e brasileiros, revistas de institutos científicos e centros de estudos, entre o