Posso dar-me ao luxo de dizer
que tenho grandes amigos em todas as forças partidárias. O segredo é simples:
Não levantar celeumas que podem levar a uma rutura, pois, para mim, é mais importante
o amigo do que outras questões. Não quero com isto dizer que fecho-me
completamente e não comento, com quem está no poder local, acerca de uma ou outra
situação que me é mais sensível. O alheamento total não seria benéfico para a saúde
política das Caldas da Rainha. Convém, sempre que possível, assinalar os pontos
que devem ser alvo de reparos e mudanças.
Infelizmente, o diálogo aberto
e franco deixou de existir dentro de alguns Partidos. O que é prejudicial para o
concelho e, principalmente, para o vigor da Democracia.
A minha área, a Cultura, passou
a ser arma de arremesso político. De vez em quando, nas páginas dos jornais
locais, surgem iluminados a “mandar bitaites” sobre esse setor. O que é
assustador, pois, se essas pessoas ganham espaço político, podem comprometer, e muito, a referida pasta.
Os “visionários” são perigosos,
deles nada se espera. Um município como o das Caldas da Rainha (que pelo seu
peso histórico poderia ser a Capital do Distrito) não pode ficar à mercê de
pessoas que pensam somente em satisfação pessoal e em acumulação de riqueza. É
necessário ampliar horizontes. Colocar em prática métodos cujo cerne esteja
centrado em sabedoria e conhecimento, e não em compadrios e troca de favores.
Os que se aproximam dos
Partidos e possuem interesses pessoais muito vincados acabam por enegrecer a
Democracia. Há espécimes curiosos, tapados com a capa da virtude, que ascendem
pelo poder exercido sobre o desconhecimento geral. Péssimo para uma localidade que
se quer grande.
Estou atento aos nomes que vão
surgindo nas Listas que estão a ser compostas. Alguns, com toda a certeza, são
tiros no pé. Passar, por livre e espontânea vontade (decisão tomada, por
motivos profissionais, em junho de 2020), a ser apenas um observador, e crítico
político, permite-me auscultar todas as partes com cuidado e minúcia.
Faculta-me, também, a possibilidade de perceber como são feitas as escolhas
possíveis para determinadas, e importantes, pastas. Confesso: Estou
aterrorizado com a inclusão de alguns nomes (a Oposição é enervante. Não
consegue perceber que o que pode mudar o cenário político local é completamente
diferente daquilo que vem propondo, e que as escolhas que faz não podem recair
em amostras de iluminismos bacocos).
Mais de metade dos candidatos conhecidos
até agora (de todas as forças políticas), não têm a mínima noção de qual é o
cerne da Revolução dos Cravos. Desconhecem, também, o verdadeiro significado da
palavra Democracia (não, não é o que está na Wikipédia). Só o que lhes
interessa é visibilidade social. Uma tristeza.
Quando queremos conhecer alguém
politicamente basta fazer três perguntas: O que é a Cultura? Ela pode ser uma
alavanca económica para o município? Consegue explicar como?
É nesse momento que ocorre o
espalhanço. Depois ficam irritados, coitados (o que me faz rir desbragadamente).
Não peço desculpa pela minha
assertividade, pois quero o melhor para este concelho, quero doutrina
democrática plena, e que evitemos, a todo o custo, chegar ao apontamento de
George Bernard Shaw (1856-1950): “A Democracia muitas vezes significa o poder
nas mãos de uma maioria incompetente”.
As Autárquicas estão perto e a
maioria dos eleitores continua alheada, e a “deixar-se levar pelas falinhas
mansas”, um perigo, pois poderá permitir que determinadas pessoas, sedentas por
ascender politicamente, cheguem a importantes posições de decisão. É necessário
agir com inteligência, como fizemos nas recentes eleições do Montepio Rainha D.
Leonor.
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