Conhecidas as listas, pelo
distrito de Leiria, candidatas ao Parlamento, custa-me um pouco a crer que o
nome de Rui Correia não tenha sido apresentado como integrante,
especificamente, de uma delas.
Como sabemos, esse rapaz -
antigo candidato à presidência da Câmara Municipal, excelente vereador em
anterior mandato, e recente vencedor do concurso “O melhor professor de
Portugal” - possui qualidades de sobra para representar este concelho, porém,
alguém não pensa assim. Tenho pena. Tenho mesmo muita pena, pois Caldas da
Rainha acaba de perder a grande oportunidade de possuir um excelente
representante na Assembleia da República.
A história está aí para
mostrar-nos o quão inócua tem sido a representatividade caldense, bem como os
parlamentares que, depois de eleitos, fazem ouvidos moucos para os problemas
desta região. Exemplos temos de sobra, nem vale a pena listá-los.
230 deputados terão assento no
hemiciclo nacional após as eleições de 6 de outubro. Com certeza, quatro anos
depois, estaremos a contar pelos dedos de uma mão os benefícios alcançados.
Talvez os mesmos que conseguimos granjear nos últimos 43 anos: Migalhas!
Existem 22 círculos eleitorais,
naturalmente, cada deputado eleito irá esmerar-se por conseguir o maior número
de benesses para a sua região, não “esticando o olho” para as latitudes que não
são suas. Sempre foi assim.
No Parlamento, para que se
consiga dar a volta aos inúmeros interesses instalados, é necessário um “jogo
de cintura” muito grande, uma bela carga de cavalheirismo nos contatos com os
colegas (para cativá-los a apoiar determinados projetos), e, principalmente,
MUITA capacidade (sobretudo cultural) para elaborar “projetos de revisão
constitucional, projetos de lei, de regimento, de referendo, de resolução, de
deliberação, |…| requerer e obter do Governo ou dos órgão de qualquer entidade
pública os elementos, informações e publicações oficiais que considerem úteis
para o exercício do seu mandato e requerer a constituição de comissões
parlamentares de inquérito |…|. Podem, ainda, em conjunto, apresentar moções de
censura, apreciar decretos-leis e requerer ao Tribunal Constitucional a
fiscalização da constitucionalidade e da legalidade de normas. Podem, também,
requerer a urgência do processamento de qualquer Projeto de Lei, Proposta de
Lei ou de Projeto de Resolução.” Se nada ou pouco disso, o eleito tiver
capacidade para fazer: A sua presença no hemiciclo nacional é insípida e
desnecessária. Com Rui Correia teríamos algumas garantias de sucesso, e de
ganho parlamentar, para Caldas da Rainha. Quem seguiu atentamente o seu
trabalho como vereador (que foi o meu caso) vai concordar comigo.
No dia 12 de agosto, a Comissão
Nacional de Eleições definiu (sendo publicado em Diário da República) o mapa de
“deputados a eleger para a Assembleia da República e a sua distribuição pelos
círculos eleitorais”, ficando o de Leiria com o habitual, e modesto, número de
10 representantes. O que significa que será necessário um grande folguedo de
bastidores para que Caldas da Rainha tenha a sorte de ver os seus problemas
mais prementes resolvidos. O que me parece, segundo 43 anos nos demonstram,
impossível!
A manobra de cena (puro
teatro), para definir as listas por Leiria, prejudicou este concelho. Não digo
que os outros candidatos sejam exemplarmente maus, porém, creio que não possuem
conhecimento de palco e não dispõem de força anímica para entusiasmar o
restante elenco, fazendo todo o hemiciclo se interessar pelo que é mais
importante, e urgente: Resolver os mais gritantes problemas do concelho das
Caldas da Rainha.
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