Para que serve o Centro
Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha?
O que, a princípio, se
imaginava ser um polo para o desenvolvimento do setor cultural no concelho, apresenta-se
como uma estrutura do mesmo calibre das existentes em pequenas vilas. O que nos
faz pensar se o dinheiro ali investido não estaria melhor na benfeitoria das
estradas do concelho.
E, o que faz uma pessoa que
defende a cultura, desde tempos imemoriais, pensar/dizer/escrever algo assim?
Vamos tentar reflexionar:
Portugal possui um número razoável de equipamentos idênticos ao Centro Cultural
e de Congressos das Caldas da Rainha – porém, este ostenta o segundo maior palco
do país – mas difere no seguinte: esses estabelecimentos, com o passar dos
anos, investiram na criação de companhias teatrais, corpos de baile, orquestras,
etc., originando um franco desenvolvimento artístico nas suas regiões.
E o CCC, o que fez?
Absolutamente nada. Não há, dentro aquele edifício, nenhum organismo que
embrionariamente traga o Teatro, a Dança, a Música, etc., de raiz caldense,
para o centro das atenções.
Se olharmos por outro ângulo:
Os grandes teatros/centros de cultura de Portugal conseguem manter/atrair uma
programação de excelência, focada no que de melhor se faz na Europa, em Teatro,
Ballet, Dança, etc., através de uma dinâmica de produção invejável, e de uma
concertada captação de recursos financeiros, vindos de inúmeras plataformas
internacionais criadas para o efeito.
Se passarmos – suavemente – os
olhos pelo que vai acontecendo no país, descobrimos um infinito de produções,
em diversas áreas artísticas povoando o país, de norte a sul, com espetáculos
de grande impacto cultural, que enchem salas, elevam os nomes dos seus concelhos
e engrandecem a cultura portuguesa.
Com as instalações que possui,
o CCC deveria estar nessa linha de atuação, bem como, na frente da organização
de uma programação anual de Colóquios Internacionais das mais diversas áreas
artísticas. Como deveria, também, abrigar uma forte gama de eventos, cujo foco
fossem as artes menos divulgadas, para alavancar os projetos dos novos
criadores, especialmente no campo das Artes Plásticas.
O que parece: Que existem
interesses pessoais muito acentuados a “dinamizar” aquele elefante branco, e
que, a programação, segue de acordo com as suas vontades.
Caldas da Rainha é minada por
“proprietários”. Não é um concelho culturalmente independente, desde que
surgiram certos bafientos nomes no seu cenário. E, a classe política, da
Direita à Esquerda, verga-se a eles.
Os “donos da cidade”,
bolorentos espécimes, que passeiam as suas corcundas carregadas de “paixões”
bordalianas (não tenho nada contra Rafael Bordallo Pinheiro, muito pelo
contrário), já pouco, ou nada, podem oferecer às Caldas da Rainha, mas, parece
que são esses senhores que mantém o sonho de vazio que há décadas infesta o concelho
caldense. Ora, se, enquanto novos, nunca possuíram o dinamismo, e o cérebro,
necessários, naturalmente, não é agora, com “centenas de anos nas costas, e mais
um punhado de medalhas de latão”, que vão conseguir impulsionar a cultura local.
Caldas da Rainha necessita de
um Centro Cultural e de Congressos independente, com direção e organização
autónomas. Uma estrutura que possa ser útil aos anseios de uma cidade que se
diz “da Cultura”. Como se faz isso? A classe política precisa perder o medo de
enfrentar os caciques, a população precisa conhecer o que possui, e, ambos,
devem assimilar que toda a verba que se destina à área cultural é INVESTIMENTO,
e não gasto.
Para o concelho possuir um
Centro Cultural e de Congressos com novas diretrizes e um novo rumo, de facto,
e parafraseando a Rainha, em “Alice no País das Maravilhas”: “Cortem-lhe a
cabeça”, para que possa renascer revigorado!
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